São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Acaba greve de motorista de ônibus em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A greve de ônibus foi suspensa ontem depois de a Prefeitura de São Paulo ter mandado demitir 10% dos motoristas e cobradores (cerca de 5.500 pessoas).
A decisão foi tomada em assembléia às 18h50. A categoria decidiu que a greve poderá ser retomada, dependendo do aumento que for dado à tarifa pela prefeitura.
A assembléia, da qual participaram cerca de 300 pessoas, foi realizada momentos depois de o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) julgar a greve abusiva.
Nesse caso, a lei determina o retorno imediato ao trabalho. O tribunal confirmou a decisão de multar o sindicato em R$ 150 mil por dia de greve. Determinou também a reposição das horas paradas (por desconto ou trabalho extra, a critério das empresas).
Durante o julgamento, três juízes fizeram questão de registrar que a direção do sindicato não era favorável à greve, decidida pela assembléia realizada terça-feira.
Alguns juízes pediram a apuração da responsabilidade dos patrões no movimento grevista, por entenderem que a postura das empresas não foi correta.
"Ao mesmo tempo em que a categoria anuncia greve, os patrões ameaçam com demissão. Isso é jogar gasolina no fogo", afirmou o juiz José Victorio Moro.
O tribunal manteve a estabilidade dos funcionários por 90 dias, determinada na segunda-feira. Isso significa que, nesse período, a empresa que demitir funcionários poderá arcar com uma multa, se for acionada em juízo.
Carlos Alberto Fernandes Rodrigues de Souza, diretor-executivo do Transurb, disse que as demissões ordenadas ontem seriam revistas.
Demissões
A demissão de 10% do total de funcionários foi anunciada na manhã de ontem. O secretário municipal dos Transportes, Carlos de Souza Toledo, disse que as empresas começariam, ontem mesmo, a enviar telegramas comunicando a demissão aos funcionários.
Os critérios para a escolha dos funcionários que seriam demitidos ficariam a cargo das empresas.
"Por parte da prefeitura não há negociação. As pessoas serão demitidas por justa causa", disse o secretário ontem à tarde.
Segundo ele, o fato de os funcionários não terem cumprido a determinação do TRT para que 50% da frota continuasse funcionando teria tornado a greve ilegal.
Segundo ele, o acordo de prestação de serviços com as empresas de transporte estabelece que elas acatem as determinações da prefeitura, sob pena de ter os contratos cancelados.
Segundo o secretário, o custo dos 8% de reajuste salarial aos funcionários será pago pela prefeitura às empresas.

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