São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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FMI faz balanço positivo do Brasil

DE BUENOS AIRES

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Michel Camdessus, fez ontem um balanço positivo do Brasil. Disse que os problemas econômicos do país estão "bem identificados" (déficits no orçamento e nas contas externas) e que haverá "progressos" nos próximos anos. "Não são problemas preocupantes", afirmou.
Após encerrar a convenção da Associação de Bancos Argentinos, ele discordou do economista Rudiger Dornbusch, que considera o real 25% sobrevalorizado em relação ao dólar e o Brasil como um "risco" para a Argentina.
Camdessus pregou uma "segunda geração de reformas", que permitirá aos países oferecer novas oportunidades às pessoas menos beneficiadas pelos atuais planos de estabilização.
Essas reformas, segundo ele, devem garantir maior transparência nas ações do Estado, segurança de independência ao Poder Judiciário e serviços públicos (como educação e saúde) acessíveis às camadas pobres da população.
O diretor-gerente do FMI disse que não existe a "aplicação dogmática de receitas neo-liberais", pois isso "abre brechas para a fragmentação e tensão social".
"O mercado não soluciona todos os problemas. Um programa neo-liberal puro não colabora para uma sociedade equilibrada."
Perguntado sobre a razão dessa mudança de enfoque no FMI, que sempre defendeu um controle rígido de gastos públicos em detrimento de políticas sociais, disse que "seria surpreendente não mudarmos em um mundo que muda tanto".

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