São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Rodízio dá prejuízo de R$ 1 mi a locadoras

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas de locação de carros da Grande São Paulo terão um prejuízo de, no mínimo, R$ 1 milhão com o rodízio de veículos antipoluição, que será realizado entre 16 de junho e o final de setembro em dez municípios da região.
A estimativa é da Abla (Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis), que representa 502 empresas no país. A entidade fez o cálculo com base no prejuízo causado pelo rodízio do ano passado -de menor duração (entre os dias 5 e 30 de agosto).
As empresas da Grande São Paulo possuem 24 mil dos cerca de 80 mil veículos de locação do país. "Destes, a metade optou em 96 por rodar com todos os carros e pagar as multas", disse o presidente da Abla, Antônio Cláudio Resende.
Logo, cerca de 12 mil carros respeitaram a restrição de circulação e não rodaram durante o rodízio.
Segundo Resende, o prejuízo em 96 foi de mais de R$ 250 mil -em quatro semanas. "Como o rodízio deste ano terá 16 semanas, o prejuízo total será de R$ 1 milhão, sem contar as empresas que vão optar novamente em pagar as multas para honrar os contratos já assinados", afirmou.
O projeto de lei que institui o rodízio, aprovado na noite de terça-feira na Assembléia Legislativa, não libera os carros de locadoras de cumprir a restrição de circulação. O programa prevê a retirada de 20% da frota por dia de acordo com o final da placa dos veículos.
Em 96 a entidade entrou na Justiça com um mandado de segurança para liberar os associados do rodízio, mas não obteve liminar. "Este ano tentaremos novamente", disse Resende.
O secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, disse que não vai liberar as locadoras pelo decreto (que vai regulamentar a lei) porque são veículos de uso individual. "Para melhorar a qualidade do ar temos de incentivar o uso do transporte coletivo."
Médicos
O presidente do sindicato dos médicos de São Paulo, Erivalder Guimarães, se reuniu ontem com Feldmann para negociar a exclusão da categoria (cerca de 35 mil pessoas) do rodízio -a entidade obteve liminar na Justiça, em 96.
"Ponderamos que muitos médicos fazem serviços de emergência e precisam de seus carros para cumprir plantões em diversos hospitais. Como a liberação foi negada, vamos à Justiça", disse.
Outra entidade que aguarda apenas a sanção do governador Mário Covas ao projeto para entrar com liminar contra o rodízio é a Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas de São Paulo), que conseguiu, em 96, liberar seus 12 mil filiados do cumprimento do programa.

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