São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Bonitinhos, mas...

EDUARDO OHATA

Se boxe fosse um concurso de beleza, dizem as mulheres que os canadenses ganhariam nas papeletas de todas as juradas. Os campeões produzidos em ringues canadenses nos últimos 54 anos coincidentemente são também três dos maiores "boas-pintas" do pugilismo. Elegantes e simpáticos, eles são capazes de atrair tanto os fãs do esporte, quanto delicadas mulheres às noitadas de lutas.
Donny "Golden Boy" Lalonde, por exemplo, fez "bico" como modelo ao aposentar-se após perder por nocaute para Sugar Ray Leonard, em 1988. Os ensaios fotográficos do ex-campeão dos meio-pesados, um autêntico "galã", publicados nas seções de moda de publicações masculinas ficaram famosos.
No ano passado, Lalonde voltou a lutar. Em abril, contundiu o braço ao vencer Joe Stevenson, mas promete dar prosseguimento à carreira.
Mathew Hilton, ex-campeão dos médios-ligeiros, também não se encaixava no típico estereótipo do pugilista. Não fosse pelos potentes ganchos, ninguém imaginaria que por trás da imagem de bom moço escondia-se um violento lutador, capaz de punir impiedosamente os oponentes. Como Lalonde, Hilton perdeu o título em 1988.
Hoje, o sucessor de Hilton no papel de bom garoto é o campeão dos superpenas, Arturo Gatti. Apesar de sua aparência frágil, o combate de Gatti com Wilson Rodrigues foi um dos melhores do ano passado.
A mais nova esperança do Canadá é o meio-médio-ligeiro Billy Irwin, que faz o gênero "mauricinho". Billy, apropriadamente apelidado como "the Kid", está ranqueado pela principais organizações do boxe.
Em comum com seus predecessores, além da limitada habilidade -compensada por todos pela agressividade- Irwin tem boa aparência. E isso é bom para o lutador, pois no momento atual, em que esporte e espetáculo se confundem, aparência conta tanto quanto talento.

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