São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997 |
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Suspense previsível invade Casa Branca
MARILENE FELINTO
"Crime na Casa Branca" foi feito para Snipes, mas, surpreendentemente, para que ele aparecesse como um ser de idéias e não como uma mera massa de músculos -proposta inverossímil desde já. O tema central é a vulnerabilidade da Casa Branca e, por decorrência, do presidente americano e da "primeira família". O cadáver de uma funcionária é encontrado em um banheiro da residência presidencial. O detetive Harlan Regis (Snipes) é designado para investigar o crime, paralelamente à investigação do serviço secreto e da segurança nacional. Logo surge um conflito entre os órgãos de investigação. O detetive Regis descobre indícios de envolvimento do serviço secreto -que arranjara um falso culpado- e da própria "primeira família". Em nome da ética e da imparcialidade na investigação, a agente do serviço secreto Nina Chance (Diane Lane) fica do lado de Regis. Começa então uma perseguição à dupla Regis/Chance, desencadeada pelos criminosos, gente da confiança do presidente, empenhada num golpe para derrubá-lo. O personagem de Snipes é o cérebro da operação desse thriller de suspense previsível. Impossível sair convencido de que um casalzinho de detetive e agente secreto está "envolvido num trabalho que tenta salvar toda a América". Mais impossível ainda é o espectador convencer-se do que o diretor Dwight Little ("Free Willy 2") entende como novidade na criação de suspense e tensão: corredores estreitos, interiores claustrofóbicos, topos escuros para o cenário, luz ambiente reduzida. À megalomania americana de sempre, o filme acrescenta o recalque americano de sempre: o "clima" de atração entre o detetive negro e a agente branca dissolve-se na insinuação. Eles nem se tocam. Filme: Crime na Casa Branca Produção: EUA, 1997 Direção: Dwight Little Com: Wesley Snipes, Diane Lane, Alan Alda Quando: a partir de hoje, nos cines Lar Center 2, Liberty e circuito Texto Anterior: Em "Meu filho das Selvas", Disney conta história com estereótipos Próximo Texto: Allen torna musical gênero de gente frágil Índice |
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