São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Comprar fitas é um hábito novo no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Só muito recentemente o brasileiro que gosta de cinema despertou para a possibilidade de comprar -e não mais apenas alugar nas videolocadoras- seus filmes preferidos.
Especialistas afirmam que apenas há pouco mais de dois anos generalizou-se o hábito de comprar fitas produzidas para o público adolescente ou adulto.
Antes disso, era um mercado quase exclusivo de filmes infantis, que tinha nos desenhos animados o grosso de seus produtos.
Não há um acompanhamento estatístico minucioso do mercado de "sell through" (fitas vendidas). A União Brasileira de Vídeo possui estimativas sobre as empresas a ela associadas, que representariam 70% do volume de vendas.
Com base numa projeção, a estimativa é de que tenham sido vendidas, no ano passado, 2,5 milhões de fitas. No mesmo período, as locadoras compraram para alugar a seus clientes algo em torno de 6 milhões de fitas. São dados publicados pelo "Jornal do Vídeo", uma publicação especializada.
Segundo a revista, o mercado diminuiu no ano passado. Em 1995, teriam sido vendidas 1 milhão de cópias a mais, tendo sido alcançado o patamar de 3,5 milhões, com a turbinagem do Plano Real e com o sucesso até então inédito de uma única produção isolada, "O Rei Leão", dos Estúdios Disney.
Uma outra publicação, a "Ver Vídeo", calcula que o mercado de "sell through" nunca decresceu e permanece em expansão.
As pessoas que apreciam determinado filme -em razão de algum ator ou atriz, pelo nome do diretor ou pela premiação que o consagrou- teriam comprado no ano passado algo como 3 milhões de fitas.
O varejo, de qualquer modo, demonstra aquecimento. As Lojas Americanas têm fechado contratos com as distribuidoras para a compra de lotes de 200 mil fitas ou mais. Duas cadeias de supermercados, o Extra e o Pão de Açúcar, também entraram no ramo.
A expansão das vendas -uma nova relação entre o cinema e o público, além da locação- fez com que as empresas distribuidoras (Paramount, Universal, Warner, Disney) criassem gerências especializadas para explorar esse segmento.

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