São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Temer quer empresários mobilizados
WILSON TOSTA
Temer disse que os empresários devem seguir o exemplo do movimento sindical. "Sou presidente da Câmara há três meses e, nesse período, já recebi umas oito entidades sindicais, ligadas à CUT e aos sem-terra", afirmou em almoço com homens de negócios na Associação Comercial do Rio. "Confesso aos senhores que não recebi ninguém que representasse os empresários." Temer disse que muitos empresários, "em ambiente fechado", pedem a reforma tributária: "Mas esse pleito não vai para ambiente aberto". A oposição no Congresso também foi citada por Temer -integrante de um partido da base governista- como exemplo, na política, da eficiência das mobilizações para alcançar objetivos estratégicos. "Os partidos da base governista são maioria", afirmou. "No entanto, a oposição, que é minoria, quase sempre consegue barrar a maioria, porque é mais presente." O presidente da Câmara lembrou a marcha de cerca de 3.000 empresários a Brasília, que completou um ano no último dia 22. Segundo ele, "não houve uma estratégia de ação" por parte dos homens de negócios. Pregação "Se os empresários tiverem interesse na reforma administrativa, na reforma previdenciária, acho que também devem se mobilizar", declarou. "Há outros setores que se mobilizam. A minha pregação é que não haja imobilismo social: que todos os setores se mobilizem", disse Temer. O deputado se referiu, no discurso, às declarações de João Pedro Stedile, dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), favoráveis a invasões de apartamentos e a manifestações diante de supermercados. Ele conclamou os empresários a se mobilizar pela preservação do sistema democrático. "Não queremos nenhuma volta ao passado", declarou. Segundo Temer, o país passa um momento de "grande preocupação". É preciso, disse, tirar o Brasil do ciclo histórico de períodos democráticos seguidos de autoritarismo. "Preservar a democracia significa utilizar o diálogo com os movimentos sociais, que são legítimos, têm o direito de se manifestar", disse ele. "Mas a manifestação há de ser pautada pelos princípios legais." Temer negou, em entrevista, que a Câmara dos Deputados vá diminuir seu ritmo de trabalho para tentar esvaziar a articulação de apoios à proposta de criação da CPI da Reeleição. Texto Anterior: "MST tem apoio do clero" Próximo Texto: Oposição vê desespero e critica tom de discurso Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |