São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997 |
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Cartão beneficia 50 mil soropositivos
BETINA BERNARDES
Ele é inédito no mundo e permitirá, por meio de cartões magnéticos dados a doentes de Aids, melhorar a distribuição das drogas e acompanhar o paciente. O cadastramento para o sistema já começou em Brasília e São Paulo. Em seguida, serão cadastrados pacientes do Rio, de Minas e da região Sul, áreas que concentram o maior número de contaminados pelo HIV. Há 103 mil casos de Aids notificados no país. Até o início de julho, os cartões deverão ter sido distribuídos a todos os doentes do país. O cadastramento é automático e engloba os infectados pelo HIV que usam o coquetel anti-retroviral. O ministério estima que cerca de 50 mil pessoas sigam esse tipo de terapia. São indicados para o tratamento os pacientes que têm carga viral elevada (grande quantidade do vírus no sangue) ou contagem baixa de CD4 (células de defesa). Quando for ao posto retirar os medicamentos que fazem parte do coquetel, o paciente será automaticamente cadastrado. Ele receberá um cartão magnético que funcionará como um prontuário informatizado. O cartão, de cor verde e semelhante ao de um banco, não traz a palavra Aids. Aparece escrito "Ministério da Saúde - Brasil", o número do paciente e um código. O sigilo é garantido. Se o paciente quiser viajar de Brasília ao Rio, por exemplo, basta levar o cartão para obter o medicamento no posto carioca. No esquema atual, o paciente não podia fazer isso, uma vez que não tinha como provar que recebia o medicamento. O sistema elaborou também um banco de dados com os registros de médicos dos conselhos de medicina do país. "Teremos controle efetivo do estoque, agilidade maior e simplificação dos trabalhos gerenciais, previsão precisa do consumo de medicamentos e maior segurança no recebimento contínuo de medicação", diz Pedro Chequer, coordenador do Programa Nacional de DST/Aids. Texto Anterior: Leia a nota do ministério Próximo Texto: Ribeirão aprova aborto na rede pública Índice |
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