São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
STJD indicia dirigentes e descarta o rebaixamento
MÁRIO MAGALHÃES
Navega indiciou Ivens Mendes, ex-presidente da Conaf (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol) e Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, em quatro artigos do CBDF (Código Brasileiro Disciplinar de Futebol). A maior pena, de eliminação, é prevista pelo artigo 288 ("dar ou prometer vantagem a árbitro (...) para que influa no resultado"). Se condenados pelo STJD e punidos com eliminação, os dirigentes não poderão mais representar clubes nos fóruns do futebol. A situação deles nos clubes é outra, porque essas instituições têm autonomia assegurada por lei. Eles são acusados por Navega de tentar "armar" o resultado da partida Atlético-PR x Vasco, pela Copa do Brasil de 97. O presidente do Corinthians , Alberto Dualib, foi indiciado no artigo 284 ("dar ou prometer vantagem indevida a quem exerça cargo ou função (...)". A pena máxima é de suspensão de dois anos como representante do clube nas entidades de futebol. Dualib prometeu enviar "um, zero, zero" (suposta quantia em dinheiro) para Mendes. O Atlético-PR foi denunciado no artigo 336 ("proceder (...) com o fim de alterar resultado"). O clube pode perder os pontos do jogo com o Vasco. Segundo o presidente do STJD, Luiz Zveiter, o título do Grêmio na Copa do Brasil poderá, "em tese", ser questionado, caso o tribunal anule o jogo Atlético-PR x Vasco. Mas a definição sobre o título, afirmou, seria do departamento técnico da CBF. O diretor do departamento, Gilberto Coelho, no entanto, descartou qualquer chance de o Grêmio ter o título invalidado. "O Grêmio já é o campeão, e acabou." Apesar de o relatório de Navega apresentar indícios de que o Atlético-PR manipulou também resultados do Campeonato Brasileiro-96, o clube não está ameaçado de ser rebaixado, se prevalecer a visão do presidente do inquérito. Luiz Zveiter nomeou ontem o auditor do STJD Edílson Gonçalves como procurador do processo. Na segunda-feira, Gonçalves informará se concorda com os indiciamentos propostos por Navega, ou se os mudará. O julgamento está previsto para 5 de junho. Embora Navega tenha devolvido as fitas com gravações clandestinas de conversas de Ivens Mendes à TV Globo, por considerá-las fruto de procedimento ilegal, ele citou os diálogos cujos trechos foram mostrados pela TV. "Não é uma contradição porque os participantes reconheceram as conversas como verdadeiras", afirmou. O advogado de Ivens Mendes, Luís Vieira, tentará invalidar as reportagens como provas. Texto Anterior: Mosqueteiro campeão Próximo Texto: Novas e antigas contusões dão desfalque triplo ao Palmeiras Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |