São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997 |
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Novo espetáculo mantém ritmo tecno
DANIELA ROCHA
La Fura Dels Baus manteve o ritmo tecno, a ação em meio ao público, a cenografia do rudimentar sob medida, as explosões, o suspense e até a farinha e a água. "Manes" traz algo de diferente. A tecnologia das câmeras de vídeo e telões usada em "MTM", o espetáculo anterior, foi deixada de lado. O pânico do público que viu "Suz/O/Suz" não existe mais. Em "Suz/O/Suz", os atores corriam no meio do público empunhando uma serra elétrica, provocando catarse nos espectadores. "Manes" evoca o homem primitivo, seu nascimento, sua origem, sua consciência, que carrega bem e mal lado a lado, seu desentendimento e a relação homem/mulher no papel de dar continuidade. Existe o parto, o sangue, frangos que podem ser fetos ou alimento, ovos gigantes e fogo usado como arma e como luz. Mas, ao mesmo tempo, o Fura parece mais racional. O olhar dos atores encarando o público não espanta, ao contrário, muitas vezes aproxima. Torres de madeira compõem o cenário. Do alto, atores se penduram. Tudo é cronometrado, preciso. A plasticidade é rigorosa. Foi nela que o diretor, Pera Tantiñá, centrou a encenação de "Manes". "Cada espectador sai do espetáculo com uma impressão diferente do que vê. É isso o que busco. Não há lógica ou certo e errado. Cada um compreende a seu modo." (DR) Texto Anterior: La Fura sai à caça do homem primitivo Próximo Texto: Pernambuco abriga shows de forró-rock Índice |
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