São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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Mobutu vai para Marrocos, em mais uma etapa do exílio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Mobutu Sese Seko, presidente deposto do Zaire (atual República Democrática do Congo), chegou ontem a Marrocos, procedente do Togo, onde estava em exílio temporário desde o domingo à noite.
Ontem, as novas autoridades de Kinshasa anunciaram que Mobutu pode voltar ao seu país, onde viveria em liberdade.
O aeroporto de Rabat, capital de Marrocos, foi fechado por um grande aparato policial para a chegada de Mobutu. Funcionários informaram que ele fez a viagem num Boeing-707 do presidente do Togo, Gnassingbe Eyadema.
Junto do ex-ditador estão sua mulher e filhos, entre eles o capitão Mobutu Kongolo. No total, 40 pessoas o acompanhavam.
Ao desembarcar do avião presidencial, pouco antes das 13h30 locais (10h30 em Brasília), Mobutu andou devagar e com dificuldade até uma limusine preta, apoiado por auxiliares.
Hotel à beira-mar
Impedidos de entrar no aeroporto, os jornalistas viram a limusine, de vidros escuros, sair velozmente em direção à cidade, seguida por dois microônibus e escolta motorizada, com as sirenes ligadas.
O cortejo cruzou a capital com grande estardalhaço e foi para o hotel Amphitrite, na praia de Skhirat, 20 km ao sul de Rabat.
Desde a manhã, a área do hotel foi fechada por um forte dispositivo de segurança. O hotel fica ao lado do palácio do rei Hassan 2º e pertence ao irmão do primeiro-ministro marroquino.
Fontes do governo disseram que Mobutu está "muito enfermo" (ele sofre de câncer na próstata) e "muito cansado", mas que não há necessidade de hospitalização.
No hospital Avicennes, de Rabat, informaram que Mobutu precisa de uma terapia de hormônios, que pode ser ministrada no hotel.
Fontes do governo disseram que o ex-ditador do Zaire ficará apenas alguns dias em Marrocos, "antes de viajar para o lugar onde pretende se instalar permanentemente".
Esse lugar deve ser a França, onde Mobutu tem propriedades e já recebeu tratamento médico.
O primeiro-ministro francês, Alain Juppé, disse ontem que seu governo não recebeu um pedido de asilo para Mobutu, mas que consideraria o assunto.
Segundo fontes não oficiais, Mobutu irá para a França depois da eleição parlamentar daquele país, que termina em 1º de junho.

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