São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997 |
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RH precisa se tornar "mais pensante"
CARLA ARANHA SCHTRUK
Departamentos de RH (recursos humanos) terão de abrir mão dos processos que tradicionalmente conduzem, como recrutamento e organograma salarial, para acompanhar as mudanças empresariais. A opinião é do diretor de educação executiva da Florida University (EUA), Richard Huseman. Para ele, o RH precisa se tornar "mais pensante" e buscar a meta global de competitividade. Huseman, que também é diretor e professor da Georgia University (EUA), esteve em São Paulo ministrando o curso "Administração de Recursos Humanos e Mudança Organizacional", da TDC & Integris. A seguir, trechos de sua entrevista exclusiva à Folha. (CAS) Folha - Quais são as principais mudanças nas unidades de RH? Richard Huseman - É preciso sair de funções administrativas, como recrutamento e folha de pagamento, que serão feitas de forma terceirizada, para se envolver mais nos pontos críticos e no planejamento estratégico. O RH criará sistemas, como o de treinamento, mas não os conduzirá. Terá de realmente administrar as pessoas para que elas se tornem mais competentes. Será responsável pela compreensão que a organização terá de seu papel junto aos funcionários e ao mercado geral. Folha - Isso acontece como exigência do próprio mercado? Huseman - Sim. O que ainda acontece é que há empresas que podem se dar bem sem ser muito boas, sem organização interna. Folha - No Brasil, as empresas estão conscientes dessas mudanças? Huseman - A pergunta é: elas serão parte da solução ou do problema? Nos EUA, elas são um pouco o problema, porque não estão abertas a mudanças e defendem o "status quo". Não conheço muito a realidade brasileira. Folha - O senhor é um crítico da reengenharia. Por quê? huseman -Reengenharia costuma representar apenas cortes nos quadros. Não aprovo. Não muda a organização, só diminui custos a curto prazo. E cria rotatividade. Folha - Então não funciona? Huseman -O que acontece é que a qualidade cai, assim como o serviço. Resulta em menos negócios. E, então, é preciso reduzir os custos de novo. É um círculo vicioso, uma situação muito negativa. Texto Anterior: "Queria seguir carreira universitária" Índice |
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