São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997
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Espera por motos chega a 40 dias em autorizadas

DA REPORTAGEM LOCAL

Com sucessivas quebras de recordes de venda, o setor de motocicletas vive seu melhor momento no país, em todos os anos.
A grande procura, principalmente por modelos de baixa cilindrada, criou filas de espera de até 40 dias em concessionárias.
Na Akira Motos, autorizada da Honda, a maior procura recai sobre os modelos CG 125 Titan (R$ 3.100), Cargo (R$ 3.000) e CBX Strada (R$ 4.700), de 200 centímetros cúbicos (cc).
"A espera mínima, por qualquer uma dessas motos, é de pelo menos um mês. Em alguns casos, chega a 40 dias", afirma o vendedor César Ximenes.
Em revendas Yamaha, a situação é parecida. Para Francisco Borges, gerente da Fiorelli, o maior segredo são os preços, que estão congelados há quase três anos.
"Com as facilidades, como os maiores prazos de financiamento e o consórcio, o mercado está superaquecido."
A RD 135 (R$ 2.800) e a DT 200 R (R$ 4.85O) são as motos mais procuradas na Fiorelli, segundo Borges. "A espera mínima por cada uma delas é de um mês."
A Kahena, montadora nacional que fabrica motos de 1.600 cc (modelos Custom, Sport e Turismo), com motores Volkswagen, também festeja o maior interesse dos consumidores.
"Nossa produção atual é pequena (cerca de 12 motos vendidas por mês), mas não temos do que reclamar. O mercado está realmente muito bom para investir", afirma Sergio Geraldo, gerente da Kahena. Os modelos custam entre R$ 12,3 mil e R$ 15 mil.
Vendas
A Honda controla 89% do mercado brasileiro de motocicletas, segundo números da Abraciclo (entidade que congrega ainda Yamaha, Brandy e Agrale).
Desse total, cerca de 60% das motos são modelos CG (Titan e Cargo), de 125 cc.
São vendidas cerca de 30 mil motos por mês no Brasil, de acordo com a Abraciclo. "Nossa estimativa é vender 380 mil unidades em 97 e estabelecer novo recorde", afirma Franklin de Mello Neto, gerente da entidade.
"Com os preços altos dos carros, a moto tornou-se muito atrativa. Ela é, na maioria dos casos, o primeiro veículo do comprador."

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