São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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Economistas esperam freio

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo deve continuar a tomar medidas para reduzir o ritmo de atividade da economia. A intenção é reduzir o déficit das contas externas, que, segundo alguns especialistas, pode bater os US$ 35 bilhões neste ano.
Na prática, o governo já vem agindo nesse sentido: parou de reduzir as taxas básicas de juros, como durante meses foi a regra, aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em operações de financiamento, limitou o financiamento de importados.
Segundo economistas ouvidos pela Folha, no entanto, novas medidas podem vir a ser tomadas, ainda com o objetivo de reduzir o que em economês é chamado de demanda agregada, ou seja, o ritmo do consumo, tanto pessoal como da indústria e do governo.
Existe aí, porém, uma questão de cronograma político, raciocinam esses economistas: como há eleição presidencial em 1998, o governo deve optar por conter a economia ainda neste ano.
A forma pontual como o governo vem agindo, tímida para alguns, demonstra que a grande preocupação da equipe econômica é com relação à dosagem do freio que será imposto ao consumo.
Isso porque, na última vez que tratou de reduzir o ritmo de atividade, em meados de 1995, o resultado foram índices recordes de inadimplência, que acabaram afetando a saúde do sistema financeiro.
Dessa vez errar "para mais" pode trazer ainda problemas ao projeto de reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Isso porque a consequência certamente será o aumento do ritmo de crescimento do desemprego, o que acabará dando força à oposição.
(LAC)

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