São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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'Barbies' trazem escola performática

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nesta fase final do Campeonato Paulista, as cheerleaders, garotas encarregadas de animar as torcidas, ganharam autenticidade.
A Federação Paulista de Futebol trouxe um dos melhores grupos performáticos dos EUA.
Por meio de um intercâmbio com a Unib (Universidades Ibirapuera) e de patrocínio da Lousano, sete estudantes da Michigan State University vieram ao país para se exibir antes dos jogos finais.
Kelli, 19, Chelsea, 18, Julie, 19, Jill, 19, e Zoe, 19, estrearam ontem no campeonato, realizando acrobacias com Tyson, 23, e Jon, 20.
As "barbies", como são conhecidas as típicas garotas norte-americanas, estarão passando seu conhecimento às garotas brasileiras, novatas como animadoras.
No tempo em que estarão no Brasil, além de atuarem nos jogos, as originais cheerleaders irão visitar 16 escolas de 1º e 2º graus, fazendo apresentações e workshops.
Diferentemente da maioria das cheerleaders nacionais, as norte-americanas são especialistas em ginástica olímpica.
"Treinamos três horas por dia, cinco vezes por semana", diz Jill.
No sábado, devido à forte chuva, o grupo não pôde se apresentar antes de Corinthians x Santos.
"Corremos o risco de nos machucar. É muito perigoso", disse Tyson, o líder do grupo.
Pouco adaptadas ao Brasil, as norte-americanas elogiaram a participação do público brasileiro.
"Nos EUA, a torcida não aplaude tanto como as pessoas aqui no Brasil", diz Kelli.
No melhor estilo intercâmbio, as garotas dos EUA foram a uma danceteria em São Paulo e aprenderam a "dança da bundinha", parte mais forte da apresentação das cheerleaders brasileiras.
"É muito divertida", disse Jill.
Sue Ferguson, supervisora do grupo norte-americano, espera que os brasileiros assimilem o real valor de uma cheerleader.
"Não é necessário ser linda para animar torcida. É preciso apenar ser simpática e sorridente", disse.
As animadoras de torcida brasileiras, que já usam pompons feitos em Memphis (EUA), lutam agora para não entrar em extinção.
"Estamos tristes porque o campeonato está acabando. Pretendo continuar como cheerleader", disse Flávia Cristina, 20, uma das dançarinas brasileiras.
O intercâmbio com as norte-americanas visa garantir futuro para as cheerleaders brasileiras.
Marcos Inchausti, responsável pelas cheerleaders, tenta consolidar a existência de animadoras.
"Nossa idéia é manter as meninas no Brasileiro, nos jogos dos times de São Paulo", disse.
Tentando difundir o espírito do torcedor norte-americano no Brasil, Marcos criou a Associação Paulista de Cheerleader.

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