São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Marcelo Negrão sai da seleção brasileira
LUÍS CURRO
O jogador deixa a seleção por não concordar com a decisão do técnico Radamés Lattari de aproveitá-lo fora de sua posição de origem -na diagonal do levantador, chamada de "oposto" no vôlei. Lattari preferiu utilizar Max, que se destacou como oposto, no Report/Suzano, na última Superliga. "Fui para jogar na minha posição, na qual me realizei a vida inteira e onde posso defender a seleção melhor", afirmou Negrão, ontem à tarde, já em São Paulo. "Só que me colocaram numa posição de passador. Falava, a cada dia, que não estava me adaptando. É como, no futebol, colocar um atacante para jogar na zaga." "Quando a equipe se reuniu pela primeira vez, o Radamés avisou que usaria o Max como oposto e faria a tentativa com o Marcelo Negrão na entrada da rede", disse Sami Mehlinsky, chefe da delegação brasileira em Mar del Plata. "A seleção brasileira não é brincadeira, não é para se fazer experiências", rebateu Negrão. "Ele me procurou após o jogo e pediu a renúncia da seleção. Tentei falar para ele da importância de estar no grupo, mas ele já veio com a idéia formada. Isso é mau, porque a seleção é o espelho do atleta", afirmou Mehlinsky. "Para ficar descontente, prefiro sair. Não é abandono, mas as coisas estavam ficando ruins para o meu lado. Volto quando me quiserem como oposto", disse Negrão. Ouro Negrão foi titular da seleção brasileira que conquistou em 1992, sob a direção do técnico José Roberto Guimarães, a medalha de ouro nos Jogos de Barcelona. Na última temporada da Superliga, também com Zé Roberto no comando, defendeu o Banespa. Foi um dos líderes de uma equipe reformulada e terminou com o vice-campeonato. Atualmente, vive na incerteza de continuar ou não no clube, que ainda não sabe se receberá verba do banco e corre o risco de ter a equipe desmanchada. Virada No primeiro set da partida de sábado à noite, com Negrão em quadra, o Brasil perdeu por 16 a 14. No segundo, Lattari sacou Negrão e colocou Nalbert. O levantador titular Marcelo Elgarten também saiu, dando lugar a Ricardinho. A seleção melhorou e venceu os três sets seguintes (15/13, 15/13 e 15/8), fechando o jogo. Ontem, o Brasil voltou a vencer, desta vez por 3 a 0 (15/5, 15/10 e 15/6), e lidera o Grupo A com quatro vitórias. Argentina e Bulgária têm duas, e o Japão, nemhuma. Texto Anterior: Brasil esportivo Próximo Texto: Técnico de substituto desaprova atitude Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |