São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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Cidade está mais animada

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Vai ter de tudo: manipulação de bonecos, fantoches, marionetes, caixas-surpresa, clown, máscaras, circo, pirotecnia, música ao vivo, dança, mamulengo, "bunraku".
É a 5ª edição de Festival Internacional de Teatro de Animação que acontece na cidade esta semana. Organizado pelo Sesc Ipiranga, atinge ainda outras unidades do Sesc, no interior do Estado (leia programação completa em quadro à esquerda), sempre com entrada franca.
O festival surgiu em 1993, na rabeira do festival de Canela (RS), o mais importante do país. De São Paulo, alguns grupos seguem para Brasília (2 a 8 de junho) e Curitiba (9 a 14 de junho).
O Brasil comparece com seis grupos, entre eles o Pia Fraus Teatro, que, por meio de máscaras, bonecos e técnicas de circo, recria o universo de Nelson Rodrigues em seu "Flor de Obsessão". Outra adaptação literária é "As Aventuras do Avião Vermelho", do grupo Cia. Ato Sereno, que se baseia em Érico Veríssimo.
Espetáculos de raízes populares, como o mamulengo e o bumba-meu-boi, também comparecem, nos espetáculos dos grupos Augusto Bonequeiro & Sua Trupe ("O Caso da Cobra Pantera") e Companhia da Tribo, que traz o espetáculo "Zabumba".
A Espanha também tem destaque no evento, com três grupos escalados: Los Titiriteros (leia entrevista à pág. 5-3), Coletivo Taun-Taun (leia texto abaixo) e Xarxa Teatre, de Valência.
O Xarxa Teatre está completando 15 anos. Foi fundado por Manuel Villanova e Leandro Escamilla e traz ao Brasil dois espetáculos: "O Fogo do Mar" e "Noite Mágica".
"'Noite Mágica' é um espetáculo de animação pirotécnica, de integração total com o público e, sobretudo, um espetáculo de sensações. 'O Fogo do Mar' é uma recriação de tradições festivas populares de Valência, como as 'fallas'. A particularidade desse espetáculo é que essas festas são recriadas de um ponto de vista vanguardista, tanto em estética quanto em conteúdo", disse Escamilla à Folha.
Essa conotação vanguardista é conseguida com a utilização de signos criados por artistas de vanguarda, como o espanhol Mir• e a francesa Nikki de Saint-Phalle. Também utilizam muitos fogos de artifício. Os espetáculos do Xarxa Teatre não contam uma história linear, como os espetáculos teatrais clássicos. É como uma festa, em que os sentidos são privilegiados à percepção de uma história.

LEIA MAIS sobre teatro de animação à pág. 5-3

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