São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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Museu d'Orsay reúne obras de 1848 a 1914

FEDERICO MENGOZZI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Não há nada menos kafkiano que uma pintura impressionista. E, no entanto, foi no antigo edifício da Gare d'Orsay, em Paris, que o cineasta Orson Welles filmou cenas de "O Processo", adaptação do romance de Franz Kafka, e que os franceses instalaram o principal museu impressionista do mundo.
Inaugurado em 1986, o Museu d'Orsay se propõe a expor toda a arte do período entre 1848 e 1914, suficientemente vasto para incluir os pré e os pós-impressionistas.
É o templo do impressionismo e inclui obras que estavam no Jeu de Paume e outros museus, entre elas clássicos como "Almoço na Relva" e "Olympia". Datadas de 1863, essas pinturas de Manet escandalizaram o público e contribuíram para que, em torno do artista, se travasse a principal luta pela renovação estética do século 19. Ele negava qualquer liderança, mas os impressionistas ficaram conhecidos como "la bande à Manet" (a quadrilha de Manet).
Ao lado das pinturas de Manet, o museu reúne obras de todos os nomes da linha de frente do impressionismo, como Degas ("Bailarina em Cena", "O Absinto"), Monet ("Catedral de Rouen em Pleno Sol", "Nenúfares Azuis"), Renoir ("Mulher Lendo", "Baile no Moulin de la Galette"), Pissarro ("Os Telhados Vermelhos"), Sisley ("Inundação de Port-Marly") e Morisot ("O Berço").
Os impressionistas estão no andar superior do museu. É interessante observar as linhas comuns que levam do impressionismo a movimentos tão díspares quanto a pintura "naive" (principalmente Henri Rousseau) ou simbolista (Redon, Martin, Deville).
No conjunto, o museu oferece um acervo impossível de ser visto na totalidade -2.500 pinturas, 1.500 esculturas-, situando cada obra no contexto social, político e tecnológico de seu tempo. Mas vale ver o máximo que der.
(FM)

Museu d'Orsay: 1, rue de Bellechasse, tel. (00-33-1/4049-4814), Paris. Aberto de terça a sábado, das 10h às 18h (até 21h45 na quinta), e domingos, das 9 às 18 h

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