São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 1997
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Desemprego atinge 1,35 milhão em SP

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A oferta de 28 mil vagas não impediu que o desemprego em abril na Grande São Paulo voltasse a subir. É o terceiro mês consecutivo que isso acontece.
A taxa medida pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) fechou em 15,9%, a mesma de abril de 96. Em março deste ano, o percentual foi de 15%.
Em números absolutos, o total de desempregados na região somou 1,35 milhão de pessoas, contra o 1,26 milhão do mês anterior.
O crescimento do desemprego nessa época do ano é considerado normal pelos pesquisadores das duas instituições.
Ele resulta do aumento no número de pessoas em busca de emprego, que começa a crescer no mês de março, com o fim do período de férias e a retomada do ritmo normal de atividade.
Em abril, mais 124 mil pessoas foram incorporadas à PEA (População Economicamente Ativa), que soma ocupados e desempregados. A PEA da Grande São Paulo é estimada em cerca de 8,5 milhões de pessoas.
Crescem serviços
Segundo a pesquisa, o setor de serviços foi o único a criar novos postos de trabalho em abril. Foram 86 mil vagas -crescimento de 2,5% em relação a março.
Nos últimos 12 meses, a expansão de empregos nos serviços foi de 4,5%.
O setor responde atualmente por 49,9% do total de postos de trabalho existentes na região metropolitana. Em 88, representava 37,6% das vagas.
A indústria continua perdendo empregos e participação no mercado total. No mês passado, 30 mil postos industriais foram fechados.
Em 12 meses, a redução foi de 6,2%, período no qual 103 mil vagas desapareceram.
Metal-mecânica (-10,7%), química e borracha (-17,2%) e vestuários e têxtil (-5,1%) foram os ramos industriais que mais perderam empregos no período.
Há dez anos, a indústria era responsável por 33% dos empregos da Grande São Paulo. Hoje, sua participação é de 21,7%.
"O grosso da ocupação em serviços reflete a precarização do trabalho", afirma Pedro Paulo Martoni Branco, diretor executivo da Fundação Seade.
Reflexo
Essa diminuição do emprego industrial, diz ele, em parte se reflete no maior desemprego entre as pessoas com 40 anos ou mais. Em abril, a taxa nesse segmento atingiu 12,8%, a mais elevada desde o início da pesquisa, em 85.
"É a indústria que, em grande medida, emprega pessoas mais velhas e chefes de família", explica o economista.
O desempenho do comércio foi considerado estável. O setor perdeu 2.000 vagas. Construção civil e serviços domésticos registraram o fechamento de 26 mil ocupações.

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