São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 1997
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Empresas de cosméticos investem no país

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O Brasil é o novo objeto de desejo das multinacionais de cosméticos. A francesa LÓreal e a alemã Biersdorf, que comercializa a marca Nivea, preparam investimentos para aumentar fortemente suas vendas no país até o final do século.
A LÓreal vai gastar US$ 30 milhões nos próximos três anos para construir uma fábrica que quase dobrará a produção no país das atuais 65 milhões para 120 milhões de unidades, com o objetivo de crescer entre 20% e 30% ao ano até o ano 2000.
A Biersdorf alemã vai colocar em sua filial brasileira US$ 85 milhões só em marketing para manter o crescimento de vendas do ano passado de 46%. Além disso, vai anunciar, até no máximo no início do próximo ano, a construção de sua primeira fábrica no país.
Será uma unidade com capacidade de produção de 5.000 toneladas de creme por ano e investimentos que ficarão entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões, segundo o diretor mundial da área de finanças da empresa, Peter Schaefer, que está no Rio participando de encontro com os diretores financeiros da América Latina.
O vice-presidente mundial da LÓreal, Leprince Pinguet, também está visitando a subsidiária brasileira para tentar entender como pode um mercado crescer entre 20% e 30% ao ano.
O presidente de LÓreal brasileira, Joseph Bitton, já sabe por que o Brasil é uma beleza de mercado. "Com a hiperinflação era difícil investir aqui", disse ele.
Schaefer recita a mesma fórmula: "A situação mudou. A moeda está estável, a inflação está baixa, a política econômica é orientada para o longo prazo. A Biersdorf acha que é hora de investir".
Bitton diz que o mercado de cosméticos no país, em 1991, era de US$ 1,5 bilhão por ano. Em 1996, as vendas do segmento chegaram a US$ 4 bilhões. Para ele, esse crescimento continuará nos mesmos patamares durante os próximos três ou quatro anos.
Por isso, a decisão de construir a nova fábrica. "Todos os estrangeiros vão investir aqui. É interessante fazer a fábrica no Brasil, porque representa cerca de 40% do mercado da América Latina."
Com um faturamento mundial de cerca de US$ 10 bilhões, a LÓreal brasileira vendeu US$ 260 milhões em 96. Em 1998, vai lançar no país uma linha para homens.

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