São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 1997
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Miss Porto Alegre concilia desfile e jogos

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A atual miss Porto Alegre, Erika Dalla Vechia, 17, não se contentou em exibir suas formas para jurados em concursos de beleza.
Preparou seu físico para jogar bola e ser titular na equipe feminina de futsal do Internacional, arriscando-se, eventualmente, também no futebol de campo.
Erika joga como pivô no time que é o atual campeão mundial interclubes de futsal e trabalha como modelo em passarelas que ultrapassam os limites do Rio Grande do Sul. Sua eleição para miss ocorreu em outubro do ano passado.
Ela é, também, representante do Rio Grande do Sul no concurso "Garota Praia Brasil", a se realizar no mês de julho em São Luís (MA). Em La Paloma (Uruguai), foi eleita "Miss Elegância Internacional".
"Futebol não é só coisa para homens, ele ganhou em feminilidade nos últimos anos. As maiores provas disso são as olimpíadas e a Paulistana, o campeonato paulista feminino, em São Paulo. Eu gosto mesmo é de futebol de campo", afirma a miss.
Ela tem cabelos castanhos lisos, olhos castanhos esverdeados, 1,75 m, 53 kg, chuteira -ou salto alto- 36, busto 84 e quadril 90.
O envolvimento de Erika com o futebol tem como condutor uma paixão que até poderia causar problemas para a menina no Internacional: ela é gremista roxa. Sai dos treinos realizados no estádio Beira-Rio, do Inter, diretamente para o Olímpico, estádio do rival, onde assiste aos jogos e treinos de seu time do coração.
A escolha pelo Inter ocorreu pelo fato de o clube possuir uma boa estrutura no futebol feminino.
No Grêmio, segundo ela, o esporte está começando, os treinadores das meninas são os pais -situação que ela define como "uma bagunça".
Sérgio Dalla Vecchia, 46, o pai de Erika, é o seu maior incentivador. A mãe, Liliane Dalla Vecchia, 38, coloca o freio, temendo pela saúde da filha quando ela insiste em imitar o ídolo Paulo Nunes, jogando no ataque contra os garotos.
"Eu a prefiro nas passarelas, desfilando. É muito mais feminino", diz a mãe, que se conforma com a idéia de que o futebol pode ajudar na carreira de modelo.
Quando Erika se tornou "Miss Elegância Internacional", no Uruguai, competiu com as pernas repletas de hematomas, conta a mãe. "Ela mentiu para mim, dizendo que tinha caído do armário, mas depois descobri que foi jogando bola", diz Liliane Dalla Vecchia, que, diferentemente do marido, gremista, não torce para ninguém.
Erika tem o apoio dos pais, mas também é cobrada. Os estudos têm de estar em dia. "Sei avaliar a importância da escola", diz ela, que cursa o segundo ano do segundo grau, mas prefere mesmo participar das "peladas" no recreio.

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