São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ronaldinho é o mais caro do mundo
MARCELO DAMATO
Ronaldinho soube do acordo por telefone, após o primeiro treino da seleção brasileira, no final da tarde, em Oslo. "Estou muito feliz com essa notícia. Sempre disse que queria ficar no Barcelona." Os procuradores do atacante, Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, acertaram com o presidente do Barcelona, Josep Luiz Nuñez, a rescisão amigável do contrato assinado há um ano -que valia até o ano 2004- e a assinatura de um novo, por mais nove anos -até 30 de junho de 2006. Nesse período, o jogador vai receber cerca de US$ 3,5 milhões por ano, livres de impostos, o dobro do que recebeu nesta temporada. Como na Espanha a alíquota máxima do Imposto de Renda é de 52%, na prática, ele leva o equivalente a US$ 7,3 milhões/ano bruto. Se, antes do fim do contrato, Ronaldinho acertar a transferência para outro clube terá que convencê-lo a pagar US$ 70 milhões de multa rescisória ao Barcelona. Esses valores não estão fixados em dólares, mas em pesetas, a moeda local. Desde o início da temporada, em agosto, o valor em dólares da renda anual de Ronaldinho caiu de cerca de US$ 2,1 milhões para US$ 1,7 milhão. Agora, o brasileiro passa a ser o mais bem pago jogador do mundo. Queda-de-braço A negociação, que começou em novembro do ano passado, foi culminada nos dois últimos dias com três reunião de quase 12 horas entre os procuradores do jogadores a cúpula do clube catalão. A reunião começou anteontem às 20h (15h em Brasília), foi encerrada por volta da uma da manhã, recomeçou às 9h, parou para o almoço às 13h e foi concluída no final da tarde espanhola. Nessa negociação, em que a diferença entre as posições do clube e do jogador começou em cerca de US$ 3 milhões por ano, as pressões de ambas as partes quase levaram a um rompimento. A última tentativa do Barcelona foi a de depositar os pagamentos do jogador num paraíso fiscal, como a Suíça, para evitar pagar ao governo espanhol os cerca de US$ 3,8 milhões anuais de impostos que vai ter que recolher. Para evitar problemas futuros com o fisco, os procuradores de Ronaldinho mantiveram pé firme. Para pressionar os espanhóis, passaram a aceitar contatos de qualquer clube interessado -como foi o caso do Corinthians. Mas seus planos são de voltar ao Brasil apenas depois dos 30 anos. Texto Anterior: Cruzeiro bate o Grêmio na Libertadores Próximo Texto: 'Dinheiro não importa' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |