São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 1997
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Balladur é a reconciliação

MARTA AVANCINI
DE PARIS

Uma indicação de Edouard Balladur para o cargo de primeiro-ministro da França pode significar a reconciliação das diferentes correntes do RPR (Reunião pela República, o partido de Jacques Chirac).
Balladur era aliado do presidente, mas passou a ser considerado traidor depois que disputou com ele a Presidência da República, em 1995 -cada partido pode ter mais de um candidato.
Chirac ganhou a eleição, e Balladur não passou do primeiro turno, com 18,5% dos votos.
A disputa significou o rompimento entre os dois, antigos companheiros de partido e governo. Balladur foi ministro da Economia, Finanças e Privatização entre 86 e 88, durante uma coabitação entre direita e esquerda. Na época, Chirac era o primeiro-ministro, e o socialista François Mitterrand, presidente.
Na coabitação seguinte, após a esmagadora vitória da direita na eleição de 1993, Balladur se tornou primeiro-ministro, durante o segundo mandato de Mitterrand. Na ocasião, era apoiado por Chirac.
Se o presidente resolver deixar de lado as antigas divergências e escolher Balladur, o governo deve adotar um modelo chamado de "liberal com características francesas": Estado enxuto, mas sem abandonar os programas sociais.
Formado pela ENA (Escola Nacional de Administração), Balladur, 68, tem uma visão neoliberal do Estado, como mostra uma das principais ações da época em que foi ministro da Economia: foi ele quem deu início ao processo de privatização na França.
(MA)

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