São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Luxemburgo é o melhor do Paulista

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA CAMPINAS

Wanderley Luxemburgo, 47, explica com seu bordão ("Eu sou profissional") os 50,5% de votos que recebeu dos jogadores do Paulista que o elegeram o melhor treinador do campeonato estadual.
O técnico santista já havia ganho o título no ano passado, quando dirigia o Palmeiras. Naquela ocasião, com 71,4% das preferências.
Desta vez, a Folha recolheu os votos de 285 atletas dos 16 times do Paulista-97. Por meio do voto secreto, eles elegeram os melhores e os piores da competição.
Para Luxemburgo, sua fama de bom treinador surge do boca a boca dos atletas. "A opinião dos jogadores é a informação boa. Os que conviveram comigo contam para os outros como eu trabalho."
Em segundo lugar, ficou o técnico Lula Pereira, que dirigiu o União São João nesta temporada.
Pereira, que sempre comandou times pequenos, foi lembrado por 8,4% dos atletas. Mas seu trunfo é maior: ele conseguiu votos em oito equipes diferentes.
"Pereira dá aos times que comanda desenhos táticos bem elaborados", opina Luxemburgo.
Trabalho, perseverança e fé
Pereira credita à sua honestidade com os jogadores o seu sucesso, mas ele encontra outros fatores.
"Meu segredo é Deus, que me abriu as portas. Depois, tudo se deve ao trabalho, à perseverança e à fé, que são requisitos básicos."
Quanto a seu perfil como técnico, se define pela ofensividade.
"A minha tática é muito baseada sempre naquilo que o adversário apresentar. Gosto de jogar para frente, de forma ofensiva."
Pereira já havia passado pelo clube de Araras em 95, quando o time ficou em sétimo, sua melhor colocação no Paulista até então.
Em 96, Pereira retornou ao União para Brasileiro da Série B, conquistando o título e a vaga na divisão principal deste ano.
Pereira voltou nesta semana ao clube, após deixá-lo a três rodadas do final do Paulista-97 por ter sido acusado de facilitar uma derrota por 5 a 3 para o América.
Segundo o presidente do União, José Mário Pavan, a negociação do contrato de Pereira prevê um aumento de 70% em seu salário para que dirija o time no Brasileiro.
"Com os últimos resultados, ele se valorizou muito", disse Pavan.
Contusão precoce
Pereira, 43, natural de Olinda (PE), começou a carreira no futebol como jogador. Em 70, ele iniciou como zagueiro na equipe juvenil do Sport (PE).
Jogou ainda no Santa Cruz (PE) e no Ceará, onde abandonou a carreira devido a uma ruptura no tendão de aquiles do pé esquerdo, aos 32 anos de idade.
Em 87, começou como auxiliar do Ceará, logo passando a treinador, conquistando um bicampeonato estadual (89-90).
Em 93, quando era o técnico do Ferroviário (CE), foi convidado por Cilinho para ser seu auxiliar no Rio Branco (SP). Passou ainda por Criciúma e Figueirense (SC) e Paysandu (PA).

Colaborou a Folha Campinas

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