São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Desligamento de Negrão não representa fim do estímulo

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão de pedir dispensa da seleção brasileira não representa uma saturação no "prazer" que o atacante Marcelo Negrão sente ao jogar vôlei.
O atacante desligou-se da equipe que disputa a Liga Mundial alegando não estar satisfeito com a posição em que vinha atuando (veja acima).
"A decisão do Marcelo é muito clara: ele não estava satisfeito. O ser atleta é uma coisa que está nele. Acho muito difícil que ele possa vir a tomar uma atitude mais radical", diz a psicóloga Cristina Tieppo, especialista na preparação de atletas.
"Eu poderia dizer que cada atleta bem-sucedido gosta do que faz. Ele não deve ser diferente", afirma Suzy Fleury, psicóloga que acompanha equipes de esportes profissionais.
Nesse caso, um fator preocupante seria a idade do atleta. Mesmo que aos 24 anos ele viesse a abandonar o esporte, não conseguiria manter-se afastado por muito tempo.
"Não acredito que um atleta consiga ficar muito tempo longe desse limiar de superação."
Cristina Tieppo afirma não haver analogia entre a decisão do atacante e a de seus companheiros Giovane, 26, e Tande, 25, que agora se dedicam ao vôlei de praia, ou de Maurício, 29, que pediu desligamento da equipe para descansar.
"Às vezes não tem nada a ver com o jogar. A pressão de estar na seleção e tudo o que está por trás do esporte pressionam muito o atleta, e ele se pergunta se vale a pena passar por aquilo."

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