São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Técnica fica 9 horas na mesa de operação

LUCIANA SCHNEIDER
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma cirurgia de quase nove horas, o estado de saúde de Georgete Vidor Mello, 39, técnica da equipe feminina de ginástica olímpica do Clube de Regatas Flamengo, é estável.
Georgete, que sofreu fraturas na sexta, sétima e oitava vértebras, foi submetida, às 20h de anteontem, a uma cirurgia para descompressão medular, fixação da coluna torácica e enxerto ósseo. A operação só acabou ontem por volta das 5h.
Já o estado de saúde da ginasta Úrsula Galera Flores, 14, que sofreu traumatismo craniano, é ainda considerado grave.
Segundo o comunicado médico, "Úrsula apresentou alguns episódios de elevação da pressão intracraniana, que regrediram com a aplicação de medidas adequadas".
Além disso, a ginasta foi submetida a uma nova tomografia computadorizada de crânio, que se mostrou inalterada em relação ao exame anterior. Ela permanece em coma induzido.
Georgete e Úrsula sofreram um acidente às 2h de anteontem, quando uma carreta colidiu com o ônibus que as levava para Curitiba, onde disputariam provas seletivas para os campeonatos Mundial (em agosto e setembro, na Suíça) e Pan-Americano (em julho, na Colômbia).
Ambas estão internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste de SP).
No acidente, seis pessoas morreram e 15 ficaram feridas, incluindo membros da equipe de ginástica olímpica do Flamengo.
Visita
O presidente do Flamengo, Kléber Leite, 48, esteve ontem à tarde no hospital para visitar as duas ginastas. Leite esteve com Georgete e disse que ela já está tendo algumas reações.
"Ela está sentindo a parte do abdômen, que antes não sentia. Mas ainda não sente as pernas."
Quanto a Úrsula, Leite disse que o médico, Jorge Roberto Pagura, comentou que a idade da ginasta pode ajudar bastante na recuperação da atleta.
"Foi um choque. Uma coisa absurda. Nós ainda não temos planos para a seleção. Só resta orar e pedir a Deus para que todos se recuperem", disse Leite.
Todas as despesas médicas, conforme o presidente, estão sendo pagas pelo clube Flamengo.
Para Leite, viajar de ônibus do Rio de Janeiro para Curitiba (PR) é normal.
"Gostaria de ter um avião particular para cada uma das 18 modalidades do clube. Mas trabalhamos sempre no vermelho."

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