São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Presos três acusados de extorsão em SP

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Três homens foram presos e acusados de exigir R$ 15 mil para não sequestrar e matar o comerciante Fouad Ali Rakein, 31, que deixara de ser sequestrado no dia 12 de maio, quando dois desses homens roubaram a BMW de seu irmão.
O flagrante de extorsão aconteceu, segundo a polícia, na lanchonete McDonald's do Shopping Center Paulista, na praça Oswaldo Cruz (região central de São Paulo).
Nesse local, o vendedor Michel Gomes de Mello, 19, foi preso quando teria recebido R$ 5.000 do comerciante. Ele escapou das mãos de um policial e foi detido pelos seguranças do shopping.
Michel levou os policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Carros aos outros acusados. Em Pirituba (zona norte), foram presos os mecânicos Marcelo Gomes de Mello, 19, e José Jeremias do Nascimento, 19. Eles não deram entrevista, nem depuseram.
Os policiais apreenderam os R$ 5.000 que estavam com Michel e dois telefones celulares. Marcelo e Nascimento foram reconhecidos como os autores do roubo da BMW de Ahmad Ali Rakein, irmão do comerciante.
Roubo
A ação começou na noite do último dia 12. O alvo do grupo seria o comerciante de tecidos Fouad Rakein, que também tem uma BMW.
Em vez de segui-lo, os acusados se enganaram e foram atrás de seu irmão, Ahmad. Naquela noite, Ahmad foi a uma academia de ginástica na rua Serra de Botucatu, no Tatuapé (zona leste), acompanhado do comerciante e amigo Jahal Mohamad Ismail, 31.
Depois de estacionar o carro, Ahmad entrou na academia com o amigo. Minutos mais tarde, Ismail retornou à BMW para apanhar cigarros. Foi rendido por dois homens armados, que o confundiram com o comerciante Fouad.
Os dois rodaram cerca de uma hora e 20 minutos mantendo Ismail como refém. Eles o chamavam de Fouad e contavam detalhes da vida particular e profissional do comerciante para impressioná-lo.
Quando descobriram que haviam pegado a pessoa errada, soltaram Ismail na Vila Mariana (zona sul). Disseram-lhe, porém, que Fouad lhes deveria pagar R$ 100 mil, pois, caso contrário, não escaparia da próxima vez.
Dois dias depois, os criminosos ligaram para o comerciante pedindo o dinheiro. Exigiram R$ 150 mil no primeiro telefonema. Fouad conseguiu negociar e abaixar o valor para R$ 15 mil.
Na quarta à tarde, ele recebeu o último telefonema. Foram marcados o horário e o local de pagamento da extorsão. Fouad chamou um amigo PM para acompanhá-lo.
Após as prisões, Ismail, que havia sido refém, reconheceu Marcelo e Nascimento, mas a BMW não foi recuperada.

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