São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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PM é preso após roubar arma de colega

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O soldado do 11º Batalhão da PM, Rildo Batista de Oliveira, 30, e o motorista da secretaria estadual da Saúde, João Pereira de Souza, 47, foram presos em flagrante na madrugada de ontem sob a acusação de terem roubado o revólver do cabo José Antônio da Silva, policial de trânsito.
O crime aconteceu, às 0h15 de ontem, na rua João Marcelino Branco, em Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo.
Segundo o tenente Walter Fernandes, da Polícia Judiciária Militar, que tomou os dados do flagrante da Polícia Civil para a instauração de um Inquérito Policial Militar, o soldado Oliveira deverá ser exonerado dentro de um ano.
Fora o inquérito militar e civil que responderá, Oliveira está afastado do policiamento por estar sob tratamento psiquiátrico, tem 10 anos de carreira e recebe em torno de R$ 600 líquidos.
Segundo o advogado de Oliveira, Eustáquio da Cruz, o policial faz tratamento para combater estresse provocado pela profissão. A PM não confirma essa versão.
O cabo Silva contou que voltava do trabalho, em seu carro particular, quando parou num semáforo.
"Foi quando eu fui abordado pelos dois, que se identificaram como policiais", disse o cabo Silva.
"Em seguida, o comparsa do PM começou a revistar meu carro", afirmou.
Segundo a vítima, o soldado Oliveira passou a agredi-lo com empurrões após ver no banco traseiro do carro do cabo Silva, um agasalho da PM. "Disse que não era policial, e que o agasalho era de meu irmão."
"Após acharem a minha arma de serviço (um 38, da PM), eles mandaram eu ficar agachado junto a porta do carro. Foi quando eu anotei a placa do carro dos assaltantes, um Corcel 2, preto."
Após o roubo, o cabo seguiu com o carro e encontrou o sargento Claudio Martinez Gimenez Jr, que patrulhava a região.
Martinez acionou a rede de rádio da polícia. "Pelo número da placa do Corcel (RF-6502), levantei o proprietário. Vizinhos do dono do veículo informaram que o carro havia sido emprestado para o parceiro do soldado Oliveira."
Os PMs prenderam Souza e depois Oliveira. Na casa do soldado, a PM encontrou o revólver calibre 38 que ele usou no roubo. A arma roubada estava sob o travesseiro do soldado, que dormia.
O advogado dos acusados, Eustáquio da Cruz, afirmou que apesar de não estar atuando no policiamento, seu Oliveira considerou o comportamento do cabo suspeito e resolveu abordá-lo.
"Ele apreendeu a arma. Iria apresentá-la no dia seguinte, pois estava com receio de entregar o revólver para seus superiores naquela noite, pois havia bebido."
Souza permanecerá detido no 38º DP, onde foi feito o flagrante. Oliveira foi levado para o presídio Romão Gomes, da Polícia Militar, na zona norte de São Paulo.

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