São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Finais divertem São Paulo e Santos

RODRIGO BERTOLOTTO

RODRIGO BERTOLOTTO; RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A SÃO ROQUE (SP)

Times usam mágicos, bingos, programas culturais e karaokê como arma contra tensão da decisão do Paulista

RODRIGO BUENO
O lema "concentração com descontração" é a receita tanto do São Paulo como do Santos no quadrangular decisivo do Paulista. As duas equipes se enfrentam hoje, às 21h40, no estádio do Pacaembu, na abertura da segunda rodada da fase final do campeonato.
O São Paulo misturou espetáculos culturais com jogos e entretenimentos. Na preparação para o jogo com o Palmeiras, os atletas assistiram a show de pagode, bingo e ciclo de vídeo. Acompanhariam ontem à noite uma apresentação do humorista Pedro Bismarck, o "Nerso da Capitinga".
"É uma concentração longa. Planejamos essas atividades para não ficar monótona", disse o técnico Dario Pereyra.
O Centro de Treinamento do São Paulo, que possui boas instalações, não é o único local de lazer dos atletas.
"Fomos todos ao teatro. E acho que os jogadores estão gostando, pois era opcional. Quem quisesse ficar na cama, ficava", disse Dario.
Para não perder de todo o ritmo de alta competição, os filmes oferecidos aos são-paulinos, como "Carruagens de Fogo", trazem mensagens vitoriosas.
Já o Santos, mais que atividades culturais, quis diversão pura.
"Não é sadio nem é humano deixar os atletas durante dias em um clima de tensão", afirma a psicóloga santista, Suzy Fleury.
O Santos foi buscar refúgio em São Roque (42 km a oeste de São Paulo) e se encontrou com a programação de lazer do hotel que usou como concentração.
Eles tiveram uma noite de karaokê e outra de bingo, mas, pelos seguidos treinamentos, tiveram de dispensar o lazer diurno: passeios de cavalo, de mountain bike, jogos de stop e caminhadas.
Mas, enquanto alguns jogadores, como Vágner, tentavam cantar pagode no karaokê, o grupo de "atletas de Cristo", liderado por Muller e Macedo, ouvia música gospel e lia a Bíblia.
"Não quero saber de brincadeira. Prefiro orar e ler o Gênesis", afirma o atacante Macedo.
As atividades lúdicas entram até nos treinamentos: ontem, os santistas brincaram de estátua e de pega-pega antes do recreativo.
O técnico Wanderley Luxemburgo comandou os jogos e provocou os jogadores durante a brincadeira: "Quem está pegando a namorada de quem?".
Décadas de tabelas
A aproximação entre os dois times continuam dentro de campo. No começo da semana, o técnico são-paulino, Dario Pereyra, comparou as tabelas entre Dodô e Aristizábal com as da década passada entre os ex-são-paulinos Muller e Careca, hoje ambos no Santos.
"São duplas velozes e técnicas. Além disso, não há comparação. Mas a experiência pode contar para o nosso lado", disse Muller.
Por seu lado, Careca analisa que seu desempenho está longe daquele de 1985. "Não defini, mas estou mais para parar que para seguir."
Dario já alertou seu zagueiros para o perigo da dupla Muller-Careca, com quem conquistou o Paulista-95 e o Brasileiro-96.
"Eles não terão marcação especial, mas atenção especial."

NA TV - Bandeirantes, Globo e Record, ao vivo, às 21h40

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