São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Lição sabida

JUCA KFOURI

Se Zagallo estava sendo sincero mesmo ao pregar a volta do futebol aberto, do espetáculo ao gosto do torcedor, eis que a Noruega o brindou com um futebol desconcertante, forte sim na marcação, porém totalmente voltado para o gol. Tanto que marcou três no primeiro tempo.
Independentemente das falhas individuais de Márcio Santos -no terceiro gol-, de Dunga e Mauro Silva, incapazes ontem de armar a saída de bola brasileira, e do duro gramado norueguês, parece ter ficado claro que a seleção precisa ousar mais em função do talento que possui.
Porque num dia de nenhuma inspiração de Leonardo, de isolamento quase total da dupla Ro-Ro, só a aposta no brilho individual de um Djalminha, Giovanni ou Denílson poderia salvar o Brasil.
Como a camisa amarela impõe respeito em qualquer situação, mais surpresos que os brasileiros com os 3 a 1 só mesmo os noruegueses, que voltaram mais cautelosos do que deveriam. E mais bem marcados.
Romário deixou sua marca, Márcio Santos falhou de novo, e o placar foi incontestável, longe de ser uma catástrofe, quem sabe outra lição.
Porque tem sido assim mesmo. O Brasil tem ganhado de galinhas mortas e perdido dos bons times que enfrenta pelo mundo afora.
E a Noruega provou não ser Flo que se cheire.
*
De leve: a Umbro, que patrocina a Noruega, deve estar morrendo de rir.
*
O São Paulo tem hoje à noite o seu maior desafio neste Paulistão. E um desafio decisivo, definitivo.
Se passarem pelo bem formado time do Santos, os meninos de Don Dario Pereyra não só dependerão apenas de seus pés para conquistar o título como confirmarão a espetacular ascensão que os transformou na maior atração deste frio campeonato.
Na verdade, um empate será o suficiente para que o São Paulo decida o título com o Corinthians, independentemente do resultado de amanhã entre Corinthians e Palmeiras no Morumbi.
Ao Santos só a vitória interessa, além de uma derrota corintiana.
Mas, o mais interessante, deve ser mesmo o duelo entre a sabedoria de Wanderley Luxemburgo e a sólida inteligência de Dario Pereyra, o uruguaio não só habilitado para jogar na seleção dos mais elegantes do Matinas como, também, candidato a dirigi-la.

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