São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
Texto Anterior | Índice

Aos 40, Conjunto Nacional, quer glamour

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conjunto Nacional, um megaedifício que ocupa um quarteirão da avenida Paulista com a rua Augusta (região central de São Paulo), quer recuperar uma parcela do charme que o tempo e a degradação urbana lhe roubaram.
Quase quarentão (completa quatro décadas em 1998), o conjunto reabre no próximo dia 19 seu terraço de 5 mil m² totalmente reformado, batizado de Garden Place.
O restauro do terraço, uma espécie de cobertura da área comercial do prédio, é o primeiro grande passo de uma ofensiva destinada a revitalizar o resto do edifício.
O piso do terraço foi trocado. Novos jardins com espelhos d'água foram construídos e a cúpula foi remodelada com uma resina que deixa passar mais claridade.
"Queremos devolver ao prédio parte do glamour que o caracterizou nos anos 50, 60 e até a metade dos 70", disse Vilma Peramezza, há 12 anos "prefeita" do conjunto.
No passado, o terraço do conjunto chegou a abrigar o restaurante Fasano e era frequentado pela elite paulistana.
Grandes nomes do cinema do passado, como Marlene Dietrich, e políticos do exterior, como Fidel Castro, chegaram a pisar no conjunto em seus anos de ouro.
Em meados da década de 70, o edifício, formado por uma construção vertical e outra horizontal, entrou numa fase de decadência.
Lixo, pobreza e desleixo foram se acumulando dentro e em torno do prédio. Nos últimos anos, o conjunto vem tentando recuperar sua imagem arranhada.
Além de promover reformas físicas, como a do terraço e, anteriormente, a das calçadas, o conjunto hoje recicla parte de seu lixo e se livrou da maioria dos camelôs que entupiam suas entradas.
Cartão-postal
"O conjunto é um marco da Paulista e sua reforma rejuvenesce a avenida", disse Alex Thiele, diretor-superintendente da Associação Paulista Viva. "Todos os prédios da região deveriam imitá-lo."
Mantida por grandes empresas, como o banco Itaú, a associação luta pela revalorização da região.
Nos últimos anos, a Paulista, principal cartão-postal da cidade, passou a conviver com camelôs, pedintes e fuga de investimentos -mesmos problemas que assolaram o Conjunto Nacional, que é frequentado diariamente por 35 mil pessoas.

Texto Anterior: Remédio inibe cálcio que obstrui artéria
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.