São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Antes de título, juvenis buscam contrato

MARCILIO KIMURA
ENVIADO ESPECIAL A LONDRINA

O Campeonato Pan-Americano de beisebol juvenil, que termina hoje em Londrina, é encarado como a última oportunidade para muitos atletas ingressarem no profissionalismo.
A categoria (18 anos) é considerada limite para contratações pelas ligas mais ricas do mundo -norte-americana e japonesa.
"A partir desta idade, um atleta dificilmente atinge o alto nível físico e técnico que essas ligas exigem", disse Jorge Otsuka, presidente da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol.
A competição atraiu 12 olheiros dos EUA e um do Japão. Eles tentam encontrar novos talentos que possam brilhar em seus países.
"Se conquistasse o título e recebesse uma proposta do profissional, ficaria mais contente com o último", afirmou Nehomar Rasmyn, de Aruba.
Os olheiros, no entanto, advertem que um contrato é muito mais difícil do que vencer a competição.
"Se você encontra só um bom jogador entre os 200 que estão aqui, está ótimo", comentou Alberto Rondon, do Chicago Cubs.
O perfil ideal de um jogador é ter 1,90 m de altura, braços fortes, agilidade nas pernas e agressividade.
Ubaldo Heredia, do Baltimore Orioles, comenta que não procura a perfeição.
"Os brasileiros, por exemplo, não são altos, mas são muito hábeis. Talento é fundamental, inteligência se adquire com o tempo."
EUA x Japão
O país oriental é a melhor opção para os "veteranos" que desejam partir para o profissionalismo. O Japão não recruta jogadores com colegial incompleto.
"Acreditamos que um jogador com estudos, crescido em seu próprio país, tem um rendimento melhor", disse Keishi Assano, do Yakult Swallows.
Entre os brasileiros, quase todos de descendência japonesa, a preferência pelo Japão é maior, apesar do salário mais baixo. "O Japão é mais seguro, pois o respeito com o atleta é maior. Se você estraga o braço nos EUA, eles te mandam embora. No Japão, você se recupera e tem outras chances", conta o arremessador Douglas Assada.
A exceção na seleção do Brasil é o terceira base Thiago Kussano.
"Os japoneses são muito frios e a comida é horrível. Passei fome e emagreci quando disputei um torneio lá", lembrou.
"Nos EUA, todos são calorosos, como no Brasil. Fui muito bem recebido nas vezes que fui jogar lá."
Kussano descartou uma proposta do Atlanta Braves no ano passado, porque seria destinado para o centro de treinamento do time na República Dominicana.
"Este ano estou mais experiente e mais desenvolvido. A chance de ir direto para os EUA é maior."

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