São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Timor não preocupa Jacarta

DA REDAÇÃO

Para o governo indonésio, a questão de Timor Leste já está decidida. O país se diz pronto para participar de diálogos, como a reunião tripartite que deve ocorrer nos EUA, mas o problema com a região só existe para os estrangeiros.
Segundo Kasnan Djajasasnita, encarregado de negócios da Embaixada da Indonésia no Brasil (ele ocupa temporariamente as funções de embaixador), os timorenses estão felizes com a situação atual. A participação nas eleições da semana passada comprova essa satisfação, segundo ele.
As mortes que ocorreram na capital de Timor Leste, Dili, são um acontecimento isolado, disse Djajasasnita. O mesmo se aplica aos distúrbios ocorridos em vários pontos da Indonésia durante as campanhas eleitorais, nos quais cerca de 300 pessoas morreram.
Para Djajasasnita, "algumas dessas pessoas (envolvidas nos distúrbios) não sabem fazer campanha política". "Nós damos liberdade para a eleição, e eles aproveitam a oportunidade para causar distúrbios."
A Embaixada negou que o sistema eleitoral indonésio tenha um perfil ditatorial e esteja a serviço da hegemonia do presidente Suharto. A permanência dele no poder, segundo o diplomata, se deve à falta de outros candidatos, afirmou.
"No país há democracia e liberdade. A nossa democracia é diferente. É confuso para os estrangeiros." Para Djajasasnita, os únicos três partidos que têm existência legal no país, o Golkar (do governo), o Partido Democrático Indonésio e o Partido do Desenvolvimento Unido, representam a diversidade do país. "Seria confuso se houvesse muitos partidos."

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