São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Hit brasileiro detona coreografia em bar

ROGÉRIO SIMÕES
DO ENVIADO ESPECIAL À COLÔMBIA

Cartagena de Indias é uma festa. A intensidade varia conforme o dia da semana ou a época do ano, mas a população -cerca de 700 mil pessoas- patrocina uma espécie de celebração permanente, de múltiplas cores e sons.
O auge das festividades é o dia 11 de novembro, data da primeira independência de Cartagena.
Repleta de congressos e convenções internacionais, Cartagena inicia seu fim-de-semana já na quinta-feira, cuja noite é uma das mais movimentadas da semana.
Por isso, esse dia é chamado por muitos de "juernes", mistura de "jueves" (quinta-feira) com "viernes" (sexta-feira).
As casas noturnas, restaurantes e praças são ocupadas por moradores e visitantes que dançam principalmente ao som do "baianato", música típica da região.
O principal centro de vida noturna é a rua do Arsenal, onde estão reunidos vários bares e boates. Entre eles, destaca-se o já tradicional Mister Babilla, onde dançar é quase uma obrigação.
Já, por volta das 23h, quando a noite está apenas começando na rua do Arsenal, as mesas e o balcão do Mister Babilla são tomados por clientes que dançam e se exibem.
Atualmente, um dos maiores sucessos na casa é o grupo brasileiro Carrapicho. Para dançar e cantar o refrão "Bate forte o tambor, eu quero é tic-tic-tic-tic-tá" os clientes param qualquer coisa que estiverem fazendo e iniciam a coreografia do grupo.
Palavrão
As tradicionais "chivas" podem também ser o palco de uma divertida forma de conhecer Cartagena durante a noite.
O ônibus pode ser alugado por um grupo para passeios que duram cerca de três horas. O carro é equipado com música típica e muita bebida. O passeio termina em uma casa noturna no centro.
Um dos destaques do cotidiano da cidade é o transporte público. Os ônibus são sempre coloridos, pintados e decorados das mais variadas formas, conforme o gosto do próprio dono do veículo.
Numa saudável, mas acirrada, disputa pelo freguês, os motoristas -que também são donos- sempre tentam conseguir o maior número de passageiros deixando seus ônibus mais atraentes.
Nesses veículos, não pode faltar a música. Sem ela, costumam dizer os moradores, é mais difícil conseguir passageiros.
Por isso, os motoristas tentam fazer uma combinação de cores, sons típicos e animação para atrair as pessoas, o que faz do simples ato de se locomover na cidade uma típica festa cotidiana.
Há dois tipos de ônibus em Cartagena. As "chivas" têm o motor à frente do corpo do ônibus, como os famosos ônibus escolares amarelos norte-americanos.
Já o tradicional ônibus compacto é chamado na Colômbia por um nome que ruboriza brasileiros: a "buseta", palavra que se pronuncia exatamente como o conhecido palavrão da língua portuguesa.

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