São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Para líderes, troca não garante maioria

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB e o PSDB avaliam que a indicação de Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) para o cargo de líder do governo na Câmara vai reforçar a coordenação política do governo, mas não será determinante para a aprovação da reforma administrativa.
"Para a reforma administrativa, não muda nada. Esse não é nem um voto de consciência, é o voto da pressão. Os deputados são pressionados nas bases. É o mesmo caso da reforma da Previdência", disse o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA).
"No PSDB, a indicação dele não ajuda e não atrapalha. Teremos os mesmos 80 votos. Mas pode ajudar com os outros partidos aliados. Ele conhece a Casa, é jeitoso, sabe a hora certa de votar", afirmou o líder do PSDB, Aécio Neves (MG).
Os dois líderes reconhecem o peso político de Luís Eduardo. Dizem que o novo líder tem mais "densidade política" do que Benito Gama (PFL-BA), que deixou o cargo. Mas entendem que ele não vai centralizar a coordenação política.
"Ele (Luís Eduardo) não vem para ser o comandante absoluto. Ele tem mais prestígio do que Benito, mas mudança radical não vai haver", disse Aécio.
Geddel afirma que o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) está preservado como articulador político. Teria um trabalho paralelo ao de Luís Eduardo.
Benito também diz que o governo vai continuar enfrentando dificuldades para aprovar as reformas administrativa e da Previdência.
"O projeto da Previdência foi mutilado. Nesses dois casos há uma vinculação muito forte dos deputados com as suas bases. A questão eleitoral conta, mas não é a principal", disse o ex-líder.
Lucro
O PSDB queria o tucano José Aníbal (SP) como líder do governo. Mas Aécio minimiza a derrota: "Essa disputa por espaço é secundária. O Luís Eduardo vai prestar serviços ao governo. E quem mais lucra com isso é o PSDB".
Para Aécio, o mais importante agora é concluir a votação da reforma administrativa. "Não vamos entrar o segundo semestre refém das reformas. Se tiver que perder, perdemos, e vamos assumir a tese do Congresso revisor."
Aécio defende outro rumo para o governo no segundo semestre: "Vamos nos preocupar com o governo empreendedor, mais realizador. Não dá para entrar em ano eleitoral pensando em reformas".
A preocupação eleitoral estaria envolvendo o governo e o Congresso: "Desconhecer que há preocupação eleitoral na base é um erro. Contamina as votações".

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