São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Ponte racha, ameaça cair e pára São Paulo

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma rachadura de cerca de 15 centímetros em uma das pontes dos Remédios (zona oeste de São Paulo) causou um congestionamento de 159 km ontem na cidade, o sexto maior do ano. Esse total não inclui o trânsito parado nas estradas afetadas.
O trânsito ficou parado da zona oeste à zona leste, atingindo as duas marginais e as rodovias Castelo Branco, Anhanguerra, Bandeirantes, Dutra e Ayrton Senna. Também as rodoviárias do Tietê e Barra Funda foram atingidas.
A fenda, causada provavelmente por infiltração de água, provocou a interdição da ponte (nos dois sentidos), a partir das 8h, e da marginal Tietê, no sentido Penha-Lapa, às 10h20. Não há previsão para a liberação.
Duas pontes
A ponte dos Remédios é composta na verdade por duas pontes. Uma no sentido Osasco-São Paulo e a outra no sentido inverso. O problema ocorreu na que serve ao sentido Osasco-São Paulo, que ficou com um desnível de 40 centímetros em relação à outra.
Segundo Paulo Taliba, superintendente de obras viárias da secretaria de Vias Públicas, toda a estrutura da ponte foi abalada e há um "risco remoto" de ela desabar.
A interdição da pista da marginal sob a ponte foi feita porque a passagem de carros fazia vibrar e abalava a estrutura da ponte.
Segundo Taliba, naquela época, os cabos de aço não eram protegidos com camada de concreto, técnica empregada hoje que dificulta o contato dos cabos com a água.
O superintendente do DER, Luiz Carlos David, disse que as vigas da ponte são ocas, o que pode ter facilitado o acúmulo de água na estrutura da ponte. Segundo David, a responsabilidade pela manutenção da ponte é da Prefeitura Municipal de São Paulo porque a obra fica, hoje, em uma área urbana.
A prefeitura informa que a ponte, de 360 metros de comprimento e 36 metros de largura, é de responsabilidade do governo estadual, pois a obra foi feita pelo DER.
Apesar das desavenças, a prefeitura e o DER chegaram a um acordo no final da tarde de ontem. Segundo Taliba, a prefeitura fará o trabalho de escoramento da ponte danificada a fim de dar segurança para que técnicos estudem a viabilidade de uma reforma.
A implosão dela não é descartada pelos técnicos, mas a chance de isso ocorrer é remota. Estava previsto para ser iniciado ontem o escoramento provisório da ponte. Quando ele estiver terminado, o tráfego na marginal deve ser liberado. Hoje, às 12h, a prefeitura fará avaliação sobre quanto tempo esse trecho da marginal ficará fechado.

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