São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Adolescente infrator não vive nas ruas

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria (72%) dos adolescentes infratores encaminhados pela Justiça de São Paulo à Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) não vive nas ruas.
Apenas 6% dos menores moravam na rua -havia mais de três anos- na ocasião em que cometeram o ato infracional. Os dados se referem a 121 casos analisados pela Justiça, durante o ano de 1995 (veja quadro ao lado). O estudo foi concluído em dezembro de 1996.
"Ao contrário do que se pensa, esses adolescentes (os infratores encaminhados à Febem) não vivem nas ruas. A maioria tem família, que é excluída do direito à cidadania -sem trabalho e sem garantias que lhes permitam sustentar e promover a educação dos seus filhos", conclui a pesquisa.
"Não há relação entre o menor de rua e o infrator", afirma o juiz-corregedor da Febem, Luiz Fernando Salles Rossi.
Perfil
O estudo mostra que 89,25% dos infratores são homens e 52,06% deles têm entre 16 e 18 anos.
A maioria (50,41%) não estuda -neste índice estão incluídos os analfabetos e semi-analfabetos.
Em 31,5% dos casos, os adolescentes infratores são sustentados pela mãe -a responsabilidade pelo manutenção do menor pelo pai ocorre em 27,4% dos casos.
Drogas
A maioria dos adolescentes pesquisados (50,74%) disse ser usuária de drogas; 35,82% negam usar entorpecentes e 13,44% afirmam ter abandonado o vício.
O crack é a droga estimulante mais utilizada -em 41,86% dos casos. A cocaína vem em segundo lugar -13,95% das ocorrências.
Entre as drogas chamadas depressoras, os solventes e inalantes (cola) são usados em 25,58% dos casos; o álcool, em 13,95%.
O estudo considera que "a droga aparece como possibilidade de ascensão social na comunidade, por meio do tráfico, que ganha conotação de meio de subsistência".
O trabalho aponta a necessidade da implementação do programas de prevenção ao uso de drogas.

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