São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Garçonete perde o emprego para ter casa

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Estou sem marido, sem trabalho e, agora, sem casa." Com esta frase, enquanto separava os pertences no barraco que fez no terreno da construtora, a garçonete Rosilene Gonçalves Medeiros da Silva, 24, resumiu a situação em que se encontrava ontem, após a reintegração de posse.
Mineira de Governador Valadares, Rosilene voltou há seis meses para São Paulo, com o ex-marido Antonio Pereira da Silva, 25, e a filha mais velha, Lurdymilla, 2.
Assim que chegou, conseguiu um emprego de garçonete num restaurante em Santo Amaro (zona sul de São Paulo), que perdeu dois meses depois. "Para assegurar a posse do terreno, acabei faltando cinco dias seguidos."
Separada desde sexta-feira, quando afirma ter sido agredida por Antonio e os irmãos dele, Rosilene não sabia para onde ir.
"Acho que o jeito vai ser ir para um albergue, pois a minha única alternativa seria a casa de minha cunhada, mas os parentes do Antonio não vão me ajudar."
Rosilene diz que sabia que a invasão não era uma coisa certa. "Estava preparada para tudo, mas sempre achei que a esperança é a última que morre."
(MO)

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