São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Governo vence apertado no Canadá

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Partido Liberal, do primeiro-ministro Jean Chrétien, venceu a eleição de anteontem no Canadá, mantendo a maioria absoluta no Parlamento, mas por uma margem pequena.
Chrétien se tornou o primeiro líder do Partido Liberal a ter um segundo mandato como primeiro-ministro desde 1963.
Apesar da vitória, os liberais tiveram a sua representação no Parlamento reduzida a apenas quatro cadeiras a mais do que a maioria absoluta. O partido ficou com 155 das 301 cadeiras da Câmara dos Comuns (Câmara Baixa no Canadá). Na última eleição, em 1993, o total de cadeiras era 295, e os liberais tiveram 177.
O partido de Chrétien recebeu 38,35% dos votos, a mais baixa porcentagem com que uma legenda já conseguiu a maioria absoluta no Parlamento neste século.
A maior parte dos votos veio da Província de Ontário, a mais rica e populosa do Canadá.
O próprio Chrétien, que há cinco semanas convocou a eleição, com um ano e meio de antecedência, por pouco não foi derrotado pelo candidato do Bloco Quebecois, Yves Duhaime, na sua cidade natal, Saint Maurice.
No discurso de vitória, Chrétien prometeu trabalhar junto com o Novo Partido Democrático e o Partido Conservador, quarto e quinto colocados.
O premiê não disse nada sobre o Bloco Quebecois, separatista, e o Partido da Reforma.
Regionalização
O próximo Parlamento deve ser caracterizado por tensões regionais. Apenas três partidos -Liberal, Conservador e Novo Democrático- apresentaram candidatos em todas as Províncias. Todos os partidos tiveram os votos concentrados em alguma região (veja quadro).
A principal força da oposição, que agora é o Partido da Reforma, de direita, recebeu o maior número de votos das Províncias de Alberta e Colúmbia Britânica, no oeste do país.
Na campanha, o líder Preston Manning, 54, acusou o governo e os outros partidos de "complacência" com os separatistas de Québec, o que aumentou as tensões regionais.
No total, o Partido da Reforma, fundado há apenas dez anos, aumentou sua representação na câmara de 52 deputados para 60 e vai formar um "gabinete paralelo", para vigiar o governo.
O maior partido de oposição era o Bloco Quebecois, separatista, com 54 cadeiras no Parlamento federal, apesar de só apresentar candidatos na Província francófona. Agora, ficou em terceiro lugar, com 44 cadeiras.
Os conservadores ficaram em quinto lugar, com 20 deputados no Parlamento federal.
O Partido Conservador, que existe desde a fundação do Canadá, em 1867, tinha praticamente desaparecido da cena política em 1993, quando elegeu apenas dois deputados, depois de governar o país por nove anos.

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