São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Jospin também irá a cúpulas internacionais

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O novo premiê da França, o socialista Lionel Jospin, surpreendeu ontem os franceses ao anunciar que pretende acompanhar o presidente Jacques Chirac nas reuniões de cúpula internacionais.
É uma atitude sem precedentes, aparentemente com o objetivo de limitar o tradicional destaque do presidente na política externa.
Com a vitória socialista na eleição parlamentar, os dois são obrigados a uma "coabitação" -termo usado quando presidente e premiê pertencem a blocos políticos opostos.
Nos dias 16 e 17, haverá uma cúpula da União Européia em Amsterdã (Holanda); de 10 a 22, um encontro do G-7, os países mais industrializados do mundo, em Denver (EUA), e em 8 e 9 de julho os líderes da Otan se reúnem em Madri (capital da Espanha).
Jospin, no entanto, faz sua estréia no cenário internacional amanhã, na conferência da Internacional Socialista, em Malmõ, na Suécia.
Comunistas
A primeira vitória de Jospin foi atrair os comunistas para o governo sem lhes conceder poder de veto sobre as políticas do governo.
O primeiro-ministro precisa dos 38 votos dos comunistas para garantir a maioria absoluta da aliança de esquerda no Parlamento, mas insiste em manter nas mãos do Partido Socialista o controle das decisões políticas.
O Comitê Nacional do Partido Comunista reuniu-se ontem e divulgou um comunicado em que recomenda a participação de seus deputados no novo governo.
O comitê alegou que os socialistas levaram em consideração "satisfatoriamente" os pontos de vista dos comunistas.
Entre os possíveis pontos de atrito com os socialistas estão a defesa de um aumento imediato do salário mínimo e a rejeição à moeda única européia, o euro.
A Bolsa de Valores de Paris deu um voto de confiança ao novo premiê.
As ações fecharam em alta pelo segundo dia consecutivo, uma reação a sinais de encorajamento dos socialistas sobre a unificação monetária européia.
Algumas horas antes da posse de Jospin, a rádio RTL entrevistou Elisabeth Guigou, provável ministra dos Assuntos Europeus.
Questionada sobre se o novo governo vai procurar manter a data prevista para a adoção da moeda única, em 1º de janeiro de 1999, ela respondeu: "É claro que devemos respeitar o prazo."
Os socialistas, no entanto, ainda não esclareceram como vão fazer para conciliar a adoção do euro com as promessas de campanha, de não impor medidas de austeridade para cumprir as metas econômicas previstas no Tratado de Maastricht para a implantação da moeda única.

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