São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Ministro defende o euro com restrições

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dominique Strauss-Kahn, 48, é considerado o especialista em economia do Partido Socialista francês. Ele ficou com o estratégico Ministério de Economia, Finanças e Indústria, encarregado da política francesa em relação à unificação monetária européia.
DSK, como é conhecido, fez o seu nome como um forte defensor de uma economia mista, casando reformas graduais de livre mercado com um forte papel do Estado na indústria.
Próximo ao primeiro-ministro Lionel Jospin, ele é favorável à integração européia e unificação monetária, mas exige mais negociações sobre os detalhes da adoção da moeda única, o euro, prevista para 1999.
Strauss-Kahn foi um dos primeiros a sugerir que os critérios estabelecidos no Tratado de Maastricht para a adoção do euro fossem interpretados politicamente, e não em termos estritamente matemáticos.
A interpretação deve incluir os cortes ao déficit público a, no máximo, 3% do PIB. "Não há razão para transformar os 3% num dogma," disse ele recentemente.
Strauss-Kahn também defende um euro um pouco mais "fraco", argumentando que isso ajudaria a criar empregos e crescimento econômico.
Não é a primeira vez que Strauss-Kahn está no gabinete. Ele já foi ministro da Indústria e Comércio Exterior no primeiro governo socialista de Pierre Beregovoy (1992-93) e ministro júnior da mesma pasta no governo de Edith Cresson (1991-92).
Doutor e professor de Economia, ensinou na Universidade de Nanterre nos anos 80 e dirige uma equipe de pesquisa econômica.
Foi comissário-adjunto do Planejamento de 1984 a 1986 e presidente da comissão de Finanças da Assembléia Nacional em 1988.
É membro da direção do Partido Socialista desde 1983, onde entrou pelas mãos de Jospin.
Responsável pelo programa econômico do Partido Socialista, ele tem agora a difícil tarefa de conciliar duas metas desse plano -realizar as reformas e não aumentar impostos- e cumprir, ao mesmo tempo, a promessa de aderir à moeda única européia sem impor aos franceses novas medidas de austeridade.

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