São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Jospin anuncia novo gabinete da França

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O gabinete do premiê francês, o socialista Lionel Jospin, é jovem, tem cinco mulheres, dois ministros comunistas e uma verde.
Depois de uma reunião com o presidente Jacques Chirac, Jospin anunciou seu gabinete, que deve se reunir pela primeira vez hoje às 10h (5h em Brasília).
São 14 ministros plenos -11 deles socialistas-, 2 júniores e 10 secretários de Estado.
O superministério do Emprego e Solidariedade Social ficou com a ex-ministra do Trabalho Martine Aubry, 46, filha do ex-presidente da Comissão Européia Jacques Delors.
Num gesto de boa vontade para com Chirac, Jospin nomeou dois socialistas não propensos a confrontos para as importantes pastas das Relações Exteriores e Defesa.
Pela Constituição francesa, o presidente tem muito poder nessas duas áreas.
O ministro das Relações Exteriores, Hubert Védrine, 49, é um especialista em estratégia e relações internacionais.
Como ex-assessor do presidente François Mitterrand, ele tem experiência em coabitação -quando o presidente e o premiê pertencem a blocos políticos opostos.
O ministro da Defesa, Alain Richard, 51, é um parlamentar pouco conhecido, especialista em orçamento do Estado, mas aparentemente sem experiência em Defesa.
O novo ministro das Finanças, Dominique Strauss-Kahn, 48, é autor do projeto econômico do Partido Socialista, que inclui a criação de 700 mil empregos para jovens e a redução da semana de trabalho, de 39 para 35 horas, sem perda de salário.
Pela primeira vez desde 1984, comunistas fazem parte do gabinete francês.
O ex-ferroviário Jean-Claude Gayssot, 52, ficou com a pasta dos Transportes, e Marie-George Buffet, 48, uma das caras novas no governo, é a ministra da Juventude e Esportes.
O Partido Comunista é contra a política de integração européia, mas Jospin escolheu duas pastas onde os ministros não vão poder interferir com a política do governo nesse assunto.
Dominique Voynet, 38, a "dama de ferro" do Partido Ecológico, foi nomeada ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Ela é mãe solteira e faz campanha antinuclear.
O ex-ministro Jean-Pierre Chevenement, fundador e líder do Movimento dos Cidadãos, que se opõe ao Tratado de Maastricht e à unificação monetária européia, foi nomeado ministro do Interior. No começo da década, ele renunciou ao Ministério da Defesa, em protesto contra o envolvimento da França na Guerra do Golfo, contra o Iraque.
A prefeita de Estrasburgo, Catherine Trautmann, 46, será ministra da Cultura e Comunicações e porta-voz do governo.
Um dos fundadores da organização Médicos sem Fronteiras, Bernard Kouchner, 57, foi nomeado secretário de Estado para a Saúde.

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