São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Precatórios; Votos à venda; PT x Maluf; Menores; Sem-terra; Provão

Precatórios
"Com o relatório sobre o escândalo dos precatórios, estivéssemos num país no qual a ética e a moral movessem a vida pública, governadores e prefeitos envolvidos renunciariam a seus mandatos, em nome da decência. Mas o que está ocorrendo é um acinte à nação. Triste Brasil de Paulo Afonso, Suruagy, Arraes..."
Mozart Moreira de Azevedo (Olinda, PE)

Votos à venda
"Gostaria que a Folha apresentasse em forma de resenha os casos de corrupção ainda não resolvidos dos últimos dez anos, para refrescar a memória de nosso povo. Sugiro uma publicação mensal."
Manuel J. Marques Neto (São Paulo, SP)
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"Espero, sinceramente, que a Folha tenha o discernimento de não 'esquecer' o caso da compra/venda de votos, que, tudo indica, já está ficando em segundo ou terceiro plano para a imprensa nacional, diante do bom 'filão' a ser explorado contra o PT."
Helio Antonio Monteiro Jr. (Taubaté, SP)

PT x Maluf
"Registramos nossa indignação com o tratamento dado aos casos em questão (editoriais "PT x PT" e "Casuísmo malufista", 28/5), pois identificamos uma total desproporção em relação aos fatos, situação que consideramos insultuosa aos leitores e cidadãos.
Certamente, uma denúncia de possíveis irregularidades praticadas com recursos públicos merece uma investigação, não só pelo próprio PT, mas também pelo Ministério Público.
A Folha, porém, não dá destaque ao editorial "Casuísmo malufista"; nem sequer foi feita reportagem. O caso em questão não tem a ver com ética, e sim com crime de responsabilidade."
Mauro Alves da Silva, diretor-presidente do Grêmio Social Esportivo Recreativo Sudeste (São Paulo, SP)

Menores
"O SOS Criança parabeniza esse periódico pela excelente reportagem (Cotidiano, 29 de maio) referente à recente pesquisa efetuada por este serviço sobre as crianças e adolescentes em situação de rua da cidade de São Paulo, a partir dos postos avançados mantidos ("Banca Legal").
Em editorial (30 de maio) pôde-se notar a preocupação crescente na desmistificação de certos preconceitos difundidos, que mascaram as ações políticas e individuais de uma sociedade ávida por desencargos."
Paulo Vitor Sapienza, coordenador do SOS Criança (São Paulo, SP)
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"Já perceberam que apenas as crianças e adolescentes pobres e/ou negros são chamados pela imprensa de 'menores'? Nunca vi referências aos 'menores Sandy e Júnior' ou aos 'menores do comercial da Parmalat'. Talvez porque para alguns os filhos da miséria sejam de outra espécie que não a de nossas 'fofurinhas', inferiores, menores."
Claudinei Braz de Moraes (São José dos Campos, SP)
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"A mídia dedica grandes espaços à CPI dos Precatórios. Há um grande furor nacional pela morte do índio caiapó, covardemente assassinado por celerados. No entanto, só no Rio são mais de 700 menores assassinados por ano.
Acabo de levar ao Fórum de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, fotos de 150 crianças com seus corpos marcados por cicatrizes violentas. São menores infratores que trabalham comigo, dentro de presídios, em cursos de ressocialização pela arte. As cicatrizes são o registro, a ferro e fogo, da vergonhosa omissão do Estado brasileiro."
Antonio Veronese (Rio de Janeiro, RJ)

Sem-terra
"Infelizmente, tem razão o sr. Stedile quando conclama o povo a brigar pelas suas reivindicações, pois é essa a única maneira pela qual as nossas autoridades se mexem.
Os sem-terra só conseguiram ser ouvidos e ter a reforma agrária tocada para a frente porque invadiram terras. Alguém pode dizer que o governo teria feito alguma coisa se essas 'badernas', como gosta de dizer o nosso presidente, não tivessem acontecido?"
Gilberto Rios (São Paulo, SP)
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"A Câmara de Porto Alegre concedeu o título de cidadão porto-alegrense a João Pedro Stedile. Isso, sim, é que é falta do que fazer! Tanta gente boa merecendo essa homenagem e esses vereadores foram homenagear justamente um pseudo-intelectual, que se dedica apenas a incitar o MST à violência."
Daniel Rogerio Machado de Avila (Porto Alegre, RS)

Provão
"Desde 1996, o MEC e dirigentes de instituições polemizam sobre a questão da avaliação dos cursos de ensino superior no país.
A forma e o instrumento propostos pelo MEC mereceram a reprovação das mais expressivas instituições e personalidades ligadas ao ensino superior.
Apesar das ponderações, o MEC os impôs por lei, obrigando os universitários a comparecer às provas -fato que levou a UNE a reagir com veemência, optando pelo boicote.
Com o propósito de não admitir que o boicote tenha prejudicado a aplicação do precário instrumento, o MEC distorceu as informações fornecidas à população, minimizando os números das provas entregues em branco.
Agora, apresenta os resultados obtidos e estabelece conceitos para as instituições de ensino superior, quando foi realizada apenas uma avaliação de performance de poucos estudantes.
Hoje, não importa mais discutirmos a validade do instrumento e do processo adotado. Agora, temos algo muito mais sério e grave como consequência da postura do MEC.
O ministério produziu, de um lado, danos irreparáveis à imagem pública de instituições, construída com décadas de árduo trabalho; de outro, forjou uma impressão de qualidade para instituições que não fizeram por merecer.
O propósito do ministério é legitimar junto à opinião pública a ampliação da mercantilização do ensino e a privatização do sistema federal de ensino superior. Esse foi mais um passo na orquestra de medidas que retiram gradativamente do governo federal a responsabilidade de prover o cidadão do direito e do acesso aos níveis mais elevados da formação educacional.
O MEC se recusou a um processo de avaliação competente, tratando com desdém e desrespeito inúmeras instituições de ensino superior e segmentos importantes da sociedade, levando a um conceito enganoso quanto à qualidade do ensino no país."
Nelson Abrahim Fraiji, reitor da Universidade do Amazonas (Manaus, AM)

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