São Paulo, sexta-feira, 6 de junho de 1997
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Suruagy aceita 'interventor' na Fazenda

ABNOR GONDIM
SÔNIA MOSSRI

ABNOR GONDIM; SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ministério do Planejamento propõe lista de três nomes para administrar as finanças do Estado

O governador de Alagoas, Divaldo Suruagy, disse ontem que recebeu do secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Pedro Parente, uma lista com três nomes para escolher o futuro secretário estadual da Fazenda.
"Isso não é uma intervenção, mas sim uma parceria negociada com o governo federal para agilizar a solução da crise de Alagoas", disse o governador, sem revelar os nomes indicados.
Segundo Suruagy, o novo secretário terá a responsabilidade de encaminhar as propostas do governo de Alagoas para solucionar a crise. Entre as propostas estão a rolagem da dívida estadual por 30 anos e dos títulos emitidos para pagar precatórios (dívidas resultantes de sentenças judiciais).
O governador irá anunciar na próxima segunda-feira o novo secretário da Fazenda. Ele negou a inclusão na lista do nome do general alagoano Nilton Rodrigues, superintendente da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), que rejeitou convite para ocupar o cargo.
"Esse seria um nome bem aceito, mas ele recusou", disse Suruagy. Outro nome cogitado para o cargo foi o do coronel Rezende Moura, ex-secretário de Orçamento do Ministério do Planejamento no governo Itamar Franco.
A escolha do novo secretário da Fazenda foi decidida durante audiência, pela manhã, do governador com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Suruagy disse que FHC não fez referência à substituição dos secretários do Planejamento, Administração e Segurança Pública. Isso foi cogitado anteontem na reunião de FHC com os senadores alagoanos Renan Calheiros (PMDB), Teotonio Vilela Filho (PSDB) e Guilherme Palmeira (PFL).
Suruagy acertou ontem com o Palácio do Planalto e Ministério da Fazenda a elevação da cobrança de impostos estaduais dos usineiros.
Essa é a condição imposta pelo governo federal para refinanciar a dívida do Estado, estimada em até R$ 2 bilhões. A Folha apurou que esse é um dos pontos definidos pelo governo federal, na intervenção informal em Alagoas.
O caos em Alagoas, porém, não se restringe apenas às finanças do Estado. A rede pública ainda não iniciou o ano letivo escolar de 97. O sistema de saúde pública também está praticamente paralisado.
O motivo disso tudo é que Suruagy permitiu a adesão de qualquer funcionário público ao programa de demissão voluntária.
Com isso, agora faltam professores e médicos para o funcionamento básico do sistema de educação e saúde de Alagoas. O acerto entre Suruagy e o governo federal prevê início do ano letivo dentro de 60 dias.

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