São Paulo, sexta-feira, 6 de junho de 1997 |
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Congestionamento vira paraíso de camelôs
LUCIANA BENATTI
A camelô Neide Barbosa da Silva, 18, tem uma banca em um ponto de ônibus na marginal Tietê, próximo à ponte do Piqueri. Com o trânsito parado, ela pediu que o marido levasse para ela um estoque extra de salgadinhos, que ela vendia na pista a R$ 0,50 cada. A desempregada Adriana Aparecida Alves Pereira, 25, moradora do bairro Ilha Verde, próximo à ponte Anhanguera, aproveitou a oportunidade para ganhar dinheiro. Ela vendia café com leite, que carregava em uma garrafa térmica. O garoto Kléber Tavares da Silva, 14, que também mora na Ilha Verde e costuma vender refrigerantes em faróis, fez sociedade com dois amigos do bairro. "Cada um deu R$ 10 reais", disse. Cada latinha de refrigerante foi comprada no supermercado por R$ 0,30 e estava sendo revendida pelos "sócios" a R$ 1. Apesar de ter ficado mais de cinco horas e meia no trânsito, a família do caminhoneiro Jefferson Rabelo, 32, de Criciúma (Santa Catarina), não precisou apelar aos camelôs para enganar o estômago. Jefferson, que vinha de Guarulhos com a mulher, Suzana, 23, e os filhos Darlam, 6, e Júnior, 1, trazia bolachas e frutas no caminhão. Em plena marginal, ele chegou a preparar uma mamadeira para o filho mais novo na pequena cozinha acoplada à carroceria. Texto Anterior: Toc, toc, toc; Medo; Feedback Próximo Texto: FRASES Índice |
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