São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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FHC quer Maciel vice na sua chapa de novo

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O presidente Fernando Henrique Cardoso não só admitiu ontem ser candidato à reeleição, como disse desejar a repetição da chapa FHC-Marco Maciel.
"Se depender da minha vontade, o Marco fica", disse FHC, ao responder pergunta sobre quem seria o seu vice na eleição de 98.
Aprovada pelo Congresso, a reeleição é um capítulo "encerrado", segundo FHC, e a campanha eleitoral deve ser colocada na rua mais tarde pelos partidos.
"Vamos esquecer a questão da eleição. Esperem mais um ano, um ano passa tão rápido. Agora, vamos trabalhar pelo Brasil."
O presidente criticou o tempo de duração das campanhas eleitorais brasileiras, que seriam as mais longas do mundo. Declarou que um dos males do país é a "politicalha". A população estaria saturada de debates "inconsequentes" e interessada em resolver problemas "concretos".
FHC disse ser prematuro discutir candidaturas no momento. "Quem é que sabe o que vai acontecer daqui um ano, do ponto de vista até físico, de vontade das pessoas?"
FHC rechaçou a hipótese de ter existido uma cota federal manipulada pelo ministro Sérgio Motta (Comunicações) para a compra de votos a fim de aprovar a emenda da reeleição.
"Nunca ouvi falar em cota federal. Havia uma afirmação vaga, feita por um anônimo (alusão ao 'Senhor X', autor das gravações sobre a venda de votos publicadas pela Folha), que faz referências também vagas. É uma vontade de jogar pedras sem ter base."
Manifestações
O presidente fez uma ameaça ao movimento dos sem-teto, que levaria 6.000 pessoas a um protesto em Brasília, na próxima semana.
"Pode deixar. O governador de Brasília já está bastante alerta para o fato, ele sabe qual é a minha vontade; essa vontade não é minha, é da lei."
Referindo-se a invasões de prédios públicos, como o Ministério do Planejamento, FHC disse que, por ele, na ocasião, a polícia teria sido chamada. "Eu fiquei indignado. Por mim, a polícia tinha que ter prendido todas as pessoas que entraram no ministério. Manifestação, livre; bagunça, zero."
Simon
O presidente FHC reagiu ontem às críticas feitas pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), de que o PFL controla o governo, com um único comentário: "Quem manda no governo é o presidente, e mais ninguém", disse FHC por intermédio do porta-voz da Presidência da República, Sergio Amaral.

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