São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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Italianos investigam no Brasil

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ofício enviado, há três meses, pela Interpol Roma para a Interpol Brasília sobre o mafioso Domenico Verde revela detalhes da investigação que apura a relação de mafiosos com PC Farias.
Dois pontos ficam claros: 1) agentes italianos estão atuando no Brasil na apuração do caso; 2) as investigações contam com a colaboração de mafiosos "arrependidos", que aceitam delatar ex-colegas em troca de diminuição da pena ou até do perdão.
As fraudes cometidas por Verde em licitações da FS (ferrovia estatal italiana) de Nápoles foram delatadas por um "arrependido".
"O envolvimento de Verde fica comprovado por declarações de 'colaboradores de Justiça' e pela comparação dessas declarações com investigações desenvolvidas pela polícia", diz o documento.
Ex-colegas de Verde o delataram como mafioso da Camorra (máfia napolitana). "Um 'colaborador de Justiça', colaborando com os juízes de Nápoles, o indicara como empresário da Camorra, capaz de controlar e, portanto, arrematar concorrências de obras públicas."
A localização de Verde no Brasil foi feita por agentes italianos. No ofício para o Brasil, a Interpol Roma é quem informa o endereço de Verde no Rio.
"O arguido resulta permanente no Rio de Janeiro, mora na avenida Atlântica, nº 2150, apto. 501, Edifício Dias de Castro." O endereço do mafioso em Maceió, onde ele foi preso, foi descoberto por agentes brasileiros.
(LF)

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