São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997![]() |
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Identificado PM que atirou em sem-teto
ANDRÉ LOZANO
O soldado Rui Pinto da Silva, 32, com um ano de trabalho na PM, foi indiciado sob acusação de homicídio. O delegado encarregado do caso, Antonio Mestre Júnior, titular da 8ª Delegacia Seccional de São Paulo, disse que não poderia ainda qualificar o homicídio do qual o policial está sendo acusado como doloso (quando há intenção de matar) ou culposo (quando não há intenção de cometer o crime). "Ainda faltam muitas investigações para fazer", disse Mestre. O PM Silva portava o revólver Taurus número 263.477 do qual, segundo laudo do IC (Instituto de Criminalística) divulgado anteontem, foi disparado a bala retirada do corpo de Jurandir da Silva. O soldado Rui Pinto da Silva alegou ontem, em depoimento de três horas na 8ª Seccional, que deu dois tiros para o alto para se defender, após ter caído no chão. Tiros para cima Ele afirmou que não mirou no momento dos tiros e que não viu se os disparos acertaram alguém. Segundo o advogado do PM, Norberto da Silva Gomes, o policial afirmou ter caído "depois de ter sido atingido nos genitais". "Isso ocorreu após os tiros sequenciais vindos dos sem-teto", justificou o advogado. Versão 'improvável' O promotor designado para o caso, Francisco José Tadei Cembranelli, considerou a versão da PM "tecnicamente improvável". "A alegação do policial não encontra respaldo na prova técnica do IC (laudo de balística), que afirmou que o tiro acertou o peito do manifestante -o que seria difícil de ocorrer a partir de um atirador deitado", disse o promotor. "No entanto, o PM tem o direito de contar a versão que bem entende", acrescentou Cembranelli. Já o delegado Mestre considerou a alegação do soldado de "lógica". "Mas teremos o convencimento final somente na conclusão do inquérito", disse o delegado. Cembranelli afirmou que não havia necessidade de pedir à Justiça a prisão temporária do PM Silva porque "ele se apresentou e não consta que queira fugir ou que esteja coagindo testemunhas". Até as 19h de ontem não havia terminado o depoimento do soldado Antonio Gilberto Ferrareti. No dia do conflito, ele portava o revólver LL 715.147 do qual, segundo o IC, foi disparado uma bala encontrada no terreno ocupado. O soldado Rui Pinto da Silva não quis dar entrevistas. Texto Anterior: Motoristas prometem greve Próximo Texto: Guerra do tráfico faz quatro mortos Índice |
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