São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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NY tem novo recorde e Bovespa sobe 2%

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a fechar com alta ontem, subindo 2% no dia, com forte volume de negócios (R$ 1 bilhão).
O principal combustível para o mercado paulista foi o novo recorde registrado em Wall Street, onde o índice Dow Jones subiu 1,8%, para ficar a 7.435,8 pontos. O recorde anterior foi no dia 27 de maio.
No mercado de títulos da dívida norte-americana, o rendimento pago pelos papéis de 30 anos recuou de 6,88% para 6,78% ao ano.
Em Nova York, os investidores ficaram otimistas com declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Robert Rubin, que falou sobre o atual estado da economia norte-americana.
Para Rubin, os EUA crescem de forma saudável e é "altamente provável" que a inflação no país continue sob controle.
As declarações do secretário fizeram com que os investidores ignorassem o novo índice de desemprego do país, que, ao contrário do esperado por analistas, caiu para 4,8% em maio, o nível mais baixo em mais de 20 anos.
Em outro contexto, esse indicador certamente serviria para tirar o fôlego das Bolsas de Valores, já que demonstra o forte ritmo que a economia trabalha, o que poderia significar pressões inflacionárias mais à frente.
Esse temor também foi deixado de lado por causa do índice que acompanha o custo da hora trabalhada nos EUA, que subiu apenas 0,3% no mês passado.
Segundo operadores de bancos estrangeiros, ainda há outro fato: estaria havendo crescendo o fluxo de capitais da Europa para os EUA, devido a um possível atraso no calendário de criação do Euro, a moeda única da União Européia, o que poderia trazer instabilidade ao mercado europeu.
Na Bolsa paulista, além do bom cenário internacional, tem contribuído para a alta o novo comando político do governo FHC, agora nas mãos do deputado baiano Luís Eduardo Magalhães (PFL).
"O mercado entendeu que o novo coordenador deve tocar as reformas da Constituição e a alta dos últimos dias já é reflexo disso", avalia James Alvim Netto, diretor da corretora paulistana Safic.
Para Alvim Netto, por outro lado, o ritmo lento das reformas constitucionais, consenso entre os investidores, "já está nos preços".

E-mail: mercado@uol.com.br

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