São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997![]() |
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Advogados estréiam no esporte
MÁRIO MAGALHÃES
Só pouco antes do início da sessão que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva soube que Reale Jr. e Lins e Silva integrariam a defesa dos acusados. Uma liminar concedida pelo juiz da 34ª Vara Cível adiou o julgamento, alegando cerceamento de defesa de Dualib, mas o desembargador Antônio Duarte cassou a liminar. Um dos principais argumentos dos defensores de Petraglia e Ivens Mendes foi o que eles consideram uma contradição: como os acusados -agora condenados- poderiam ser responsabilizados por "dar ou prometer vantagem a árbitro ou auxiliar" do jogo Atlético-PR x Vasco se nenhum árbitro foi indiciado? Haveria, segundo eles, corruptores, sem corrompidos. Armação O Atlético-PR, Ivens Mendes e Petraglia foram condenados por "armar" resultado de um jogo em que, de fato, nenhum árbitro foi acusado de comportamento ilegal. Todos os advogados consideraram a prova central do processo -reportagem da TV Globo do dia 7 de maio- irregular. Como gravações clandestinas são crime, para eles a reportagem é, consequentemente, inválida como prova. "É o meu amor pelo estado de Direito que faz com que eu me rebele contra a prova ilícita, não o seu mérito", disse Reale Jr.. Tortura O presidente do STJD, Luiz Zveiter, contestou a comparação da prova obtida a partir de "grampo" com as obtidas sob tortura. "É um exagero e um desrespeito com as vítimas da ditadura militar", afirmou. Os advogados disseram que vão recorrer à Justiça comum, com várias ações. Para o presidente do tribunal, se a Justiça invalidar as reportagens da Globo como prova, o julgamento do STJD será anulado. "Mas a Justiça é lenta, a decisão será demorada", afirmou Luiz Zveiter, que também é desembargador da Justiça no Estado do Rio de Janeiro. (MM) Texto Anterior: As decisões do STJD Próximo Texto: Das punições ao estilo do Guga Índice |
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